Guaibadas é uma homenagem a Porto Alegre e o rio/lago que o circunda, cidade em que se passa a maioria das histórias que vou contar aqui. Histórias que aconteceram comigo, com amigos e amigas, com conhecidos e desconhecidos. Alguns causos são hilários, outros apenas divertidos, muitos são tristes, outros não tem nada de especial, mas mesmo assim devem ganhar a luz do dia. Enfim, um olhar sobre o porto-alegrense e suas loucuras.
segunda-feira, 28 de abril de 2014
“Vaga”
1994. Eu estava no Correio do Povo há uns três, quatro meses, e quase todos os dias subia na rádio Guaíba para trocar figurinhas com o pessoal do esporte, o Haroldinho, o Vidarte, o Denis Olinto. Então numa sexta-feira, lá vou eu escalando as escadas, atravessando o corredor para chegar na sala no fundo do corredor, onde a galera ficava à época. E ao passar pela redação de jornalismo, a Eliane do Canto me chama. “Rapaz, preciso falar contigo”. Eu paro. “Sim?”. “Tu trabalha no jornal, né?”, pergunta a então chefe de jornalismo da rádio. “Sim”. “Bem, tu queres trabalhar aqui na rádio?”. Puxa, ela leu meus pensamentos. Eu queria mesmo uma vaga na rádio. Se não fosse no esporte, tudo bem, topava o jornalismo. “Claro que quero. Puxa, legal. Qual a vaga?”, questiono. “É para redator, do meio-dia às cinco da tarde”. Topo na hora. Só preciso fazer os exames médicos necessários e começo e seguida. Feliz da vida, volto pra redação do CP e encontro um colega que trabalhava também na rádio, igualmente como redator. “Cara, vamos ser colegas na rádio”, digo pra ele. O cara me olha sério, e solta: “Não, tu vai entrar no meu lugar. Fui demitido”. Bah, fiquei sem jeito, mas eu não tinha culpa. E o cara nunca mais foi o mesmo, querendo uma vez sair no tapa comigo na redação. Curioso, perguntei na rádio quando comecei a trabalhar porque o cara havia sido dispensado. “Um antipático. Um antissocial”, disseram. Então tá.
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