quarta-feira, 19 de março de 2025

CREMAÇÃO

Hoje fui ao centro buscar meus remédios controlados e que me são entregues pela Farmácia Popular. E na Rua da Praia, acabei encontrando antigas colegas da minha mãe do Tribunal de Justiça. E elas queriam saber como eu estava sem a mãe. “Chiquinho, como tu está? E como tu tá fazendo sem a Florinha?” (explicando que Chiquinho é porque elas me conheceram ainda piá, pois a mãe começou a trabalhar no TJ quando eu tinha 4 anos, e quando não ia pra creche, acompanhava ela no serviço). Eu disse que ainda sentia a perda, que às vezes dói muito a ausência dela. E na sequência, perguntaram do meu trabalho, e eu disse que havia sido demitido. Uma delas, então, perguntou de um ex-colega meu, conterrâneo dela em Rio Pardo, o Renato Panatieri. E eu: “Bah, a mãe também era natural de Rio Pardo. E emendei: onde, aliás, estão as cinzas dela, na praça defronte à igreja”. As duas: “Cinzas? mas ela foi cremada?” Eu me segurei pra não responder “não, ela foi afogada”, mas me segurei e disse sim. E elas: “A gente não quer ser cremada...tua mãe não sentiu dor quando foi cremada?” Eu: “Não, né, ela estava morta...” E as duas: “Ah, não, a gente não quer ser cremada, vai doer muito...”. Depois dessa, acabei recusando o convite pra almoçar com elas.