PROMOÇÃO NO ZAFFARI: leve dois vinhos e pague R$ 34,80 ao invés de R$ 49,80. Pego duas garrafas do vinho. Chego no caixa e a guria: “Deu R$ 99,60”. E eu: “não, está em promoção”. E a guria: “não senhor, não tem promoção para este produto”. Eu insisto que sim, e ela se mostra irredutível. “O senhor vai levar?”.
“Sim, mas quero a promoção”.
“Senhor, não tem promoção”, insiste ela.
Eu saio correndo, vou na sessão dos vinhos e tiro a foto da promoção. Retorno ao caixa, e mostro para ela, que continua teimando.
“Isto não vale. O que vale é o que está mostrando na caixa registradora”.
Eu bato pé. “Não, não. O que vale é o cartaz”.
Ela acaba chamando o gerente.
Ele chega, escuta as duas versões. E passa de novo as garrafas pelo leitor. E aparece lá o valor – R$ 99,60.
“É, senhor, ela (a caixa) tem razão”.
Em outros tempos eu iria ficar quieto e pagar o valor ou ir embora sem meu vinho.
Mas agora não tenho mais medo de exigir meus direitos.
“Olha só, amigo, de acordo com o código do consumidor, vocês têm que me cobrar o valor que está no cartaz da promoção. Ou vamos pro Procon?”
“Mas senhor, o vinho não está na promoção...”
“Então vocês estão enganando os clientes. O erro é de vocês, tiraram o vinho da promoção, mas deixaram o cartaz e ele é que vale. Vamos pro Procon, então”.
“Vou lhe pedir, então, que o senhor vá na administração para resolver”.
Ou seja, os dois funcionários continuaram teimando. Mas fui na administração, levei a foto tirada minutos antes, expliquei o ocorrido. E lá foi o responsável verificar num caixa e o erro persistia. Porém, acabou tendo de seguir a lei e me dar o desconto. Pela cara que fez, contrariado.
“Olha só, vocês tiraram o vinho da promoção, mas mantiveram o cartaz. Aí tem de cobrar o que está no cartaz. É lei”, repeti.
Feito o pagamento, agradeci. E o administrador não disse nada, só virou a cara. Hei, seu Zaffari, olho nos seus funcionários...
A equipe do Correio do Povo que veio para o litoral norte nesta segunda semana de janeiro foi excepcional. E tivemos momentos engraçados. Uma noite dessas, a gente foi para a janta – eu, o Mauro Schaefer e o motora Celso Azevedo. O Maurinho terminou de comer antes, e disse que voltaria para o quarto. Eu disse: “pô, a gente é uma equipe. Assim temos de ficar na mesa até todo mundo finalizar”. Mas ele estava impaciente, querendo fumar e se mandou. Só que ao chegar no quarto que divide com o Celso encontrou a porta chaveada – e já havia pedido para o motora nunca trancá-la. Desesperado, ele deu a volta pelos fundos, e conseguiu entrar no quarto, depois de quase arrombar a janela. E então pensou em se vingar. Bom, eu e o Celso viemos conversando pelo corredor, e o Celso para na frente da porta do quarto deles, e abre a porta. Nisso, um vulto de branco salta do escuro e dá o maior cagaço no motora, que dá um pulo para trás, solta um “ai, meu coração”, e quase desmaia de pavor. Então a figura se revela: o Maurinho colocou um lençol sobre o corpo e decidiu assustar o cara que deixou ele para fora, sem poder pegar o cigarro. Bem, verificou-se que o coração do Celso está em bom estado. (www.guaibadas.blogspot.com)
Chego no Zaffari e fico sabendo que para comprar álcool gel basta pedir no caixa. Duas unidades por cliente. Aí a menina pergunta quantas eu quero. "Duas", respondo. "Grande ou pequena?". "Grande". A guria chama o gerente, que vai buscar os produtos. Então pergunto: "Quanto?". Ela me olha e dispara: "460". Dou um pulo para trás. Nossa, o valor! Não tenho esta grana e digo que não quero mais. "Mas por quê?", questiona a caixa. "Pô, tá muito caro. Isso é um roubo", digo, bem na hora que o gerente chega carregando os dois potes. "O senhor tem certeza?". "Mas claro, vocês estão roubando", digo. Ela fica me olhando com uma cara assustada, não mais do que a minha. E então se dá conta. "Não, não, agora entendi. 460 são os gramas, não o preço, que é 8,25 cada", explica a moça. "Pô, se não morro do vírus, iria morrer do coração", brinco. Como o supermercado está quase vazio, os presentes escutaram a conversa doida e caiu todo mundo na risada.
Estava na cobertura da Expodireto em Não Me Toque no começo de março. E uma das pautas que recebi no primeiro dia: "ver como estava o atendimento no departamento médico da feira". E lá fui eu entrevistar médicos e enfermeiros. Ao perguntar sobre serviços prestados, um deles era o da aferição da pressão. Pô, eu como hipertenso, tenho de fazer isso diariamente. Aí solicitei o atendimento. Preenchi a ficha e um minuto depois, me chamam. E a minha pressão: 200 por 110. Ou seja, altíssima. O médico diz que desse jeito não posso ser liberado, e terei de ficar um tempo em observação, e tomando um remédio. Tento argumentar que tenho outras pautas e não posso ficar detido. Mas não tem jeito. "Eu te libero, tu sai, caminha dois metros e cai duro aí na frente. Quem é o responsável?, questiona o médico. Depois de um tempo repousando, sou liberado, mas convocado a retornar no dia seguinte.
E chega o dia seguinte e lá vou eu de novo ao departamento médico. A enfermeira vem, coloca o esfigmomanômetro no meu braço. E de repente sai correndo da sala, voltando com duas médicas e mais uma outra enfermeira. A médica pega o aparelho, e pede que a enfermeira afira novamente minha pressão. Então pergunta: "Francisco, tu está te sentindo bem?". Eu digo que sim. "Tem certeza? Nada de formigamento, tontura, visão turva?". "Olha doutora, tudo isso junto e reunido", brinco. "O que está acontecendo?", finalmente pergunto. "Rapaz, tu está quase tendo um derrame...". Putz, que cagaço eu tomei. Sou cercado pela equipe médica, e me fazem uma análise completa, com direito a remédio preventivo e isolamento em uma sala até que meu organismo volte as atividades normais. Após um tempo, sou liberado, mas passo o resto da semana sendo monitorado. Sobrevivi.
Fui entrevistar o prefeito de Imbé, Pierre Emerim da Rosa, agora em fevereiro passado. Como era feriadão de carnaval, ele pediu para a entrevista ocorrer na casa dele. E lá se foi eu e o Mauro Schaefer para a empreitada numa quente segunda-feira pela manhã. Quando chegamos em frente à casa, descemos do carro do jornal. Eu na frente fui em direção ao portão de entrada. E de repente paraliso, e fico tomando um choque de sei lá quantos volts - explico, havia uma cerca elétrica acima do portão, mas com apenas uns 1,85 de altura - e como tenho 1,90m, o fio pegou bem no meio da minha testa, e fiquei lá fritando, até o prefeito desligar a energia e pedir desculpas pelo acidente. O Mauro vinha atrás e disparou: "Agora ele acorda".
Mas claro que não podia faltar a estereotipada. Fui entrevistar o diretor da administração do Parque de Exposições, e estou na sala de espera, aguardando. Aí entra uma mulher, olha para mim e dispara para a secretária: "Ele é o segurança chamado para cuidar do evento?". Putaquepariu. Nada contra os seguranças, mas que coisa chata isso. "Minha senhora, se a senhora soubesse como fico puto quando dizem isso...". A secretária do diretor, rapidamente: "Não, ele é o jornalista do Correio do Povo que vai entrevistar o diretor". Mas a cagada já estava feita. "Ah, mas grandão assim...", continou a mulher. "E preto", completei. Ela evaporou da sala.
Estou na Expointer cobrindo o julgamento de uns touros, de pé ao lado da mesa do narrador da prova. E ele chama para a pista a Cabanha Santo Izidro. Não resisto a fazer piada: "Bah, depois vou lá exigir minha parte na herança". O cara e as outras pessoas ao lado dele ficam me olhando e o narrador pergunta: "Por que tua herança?". "Ah, o meu sobrenome é Izidro", respondo. Então o cara arregala os olhos, larga o microfone e solta: "Tu tá brincando que tu é o Chico Izidro, do Correio do Povo?". "Sou". "Putz, sou teu fã, há anos que leio as tuas matérias no jornal. E agora tu aqui. Mas tu faz de tudo naquele jornal, né. Até Expointer. Que legal". Bah, ganhei a semana.