domingo, 29 de março de 2020

"Derrame"

Estava na cobertura da Expodireto em Não Me Toque no começo de março. E uma das pautas que recebi no primeiro dia: "ver como estava o atendimento no departamento médico da feira". E lá fui eu entrevistar médicos e enfermeiros. Ao perguntar sobre serviços prestados, um deles era o da aferição da pressão. Pô, eu como hipertenso, tenho de fazer isso diariamente. Aí solicitei o atendimento. Preenchi a ficha e um minuto depois, me chamam. E a minha pressão: 200 por 110. Ou seja, altíssima. O médico diz que desse jeito não posso ser liberado, e terei de ficar um tempo em observação, e tomando um remédio. Tento argumentar que tenho outras pautas e não posso ficar detido. Mas não tem jeito. "Eu te libero, tu sai, caminha dois metros e cai duro aí na frente. Quem é o responsável?, questiona o médico. Depois de um tempo repousando, sou liberado, mas convocado a retornar no dia seguinte. E chega o dia seguinte e lá vou eu de novo ao departamento médico. A enfermeira vem, coloca o esfigmomanômetro no meu braço. E de repente sai correndo da sala, voltando com duas médicas e mais uma outra enfermeira. A médica pega o aparelho, e pede que a enfermeira afira novamente minha pressão. Então pergunta: "Francisco, tu está te sentindo bem?". Eu digo que sim. "Tem certeza? Nada de formigamento, tontura, visão turva?". "Olha doutora, tudo isso junto e reunido", brinco. "O que está acontecendo?", finalmente pergunto. "Rapaz, tu está quase tendo um derrame...". Putz, que cagaço eu tomei. Sou cercado pela equipe médica, e me fazem uma análise completa, com direito a remédio preventivo e isolamento em uma sala até que meu organismo volte as atividades normais. Após um tempo, sou liberado, mas passo o resto da semana sendo monitorado. Sobrevivi.

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