Guaibadas é uma homenagem a Porto Alegre e o rio/lago que o circunda, cidade em que se passa a maioria das histórias que vou contar aqui. Histórias que aconteceram comigo, com amigos e amigas, com conhecidos e desconhecidos. Alguns causos são hilários, outros apenas divertidos, muitos são tristes, outros não tem nada de especial, mas mesmo assim devem ganhar a luz do dia. Enfim, um olhar sobre o porto-alegrense e suas loucuras.
terça-feira, 6 de agosto de 2013
“Atração Fatal Parte II”
“Esta tua colega não sabe que tu é uma pessoa comprometida? Que ela não pode ficar ligando pra cá assim, sem mais ou menos?”, dispara a Beth. “Amor, ela só ligou para saber como estou da gripe”. “Sei, sei”, encerra desconfiada a Beth. Quando volto pro jornal, peço pra guria parar de me seguir e ligar. E ela...não obedece. O telefone começa a tocar sempre depois das 11 da noite, a gente atende e a pessoa do outro lado fica em silêncio para desligar repentinamente. Eu sei quem é, e isso me deixa com os nervos à flor da pele. Pior que já aprontei muito na vida, mas daquela vez era totalmente inocente. Então acontece. Estou em casa, sozinho, à tarde, assistindo televisão. A Beth está na casa da mãe dela. E toca a campainha. Quem pode ser? Abro e dou de cara com a minha colega, ali parada. Putaqueopariu. Como ela descobriu? “Chico, preciso falar contigo”. “Mas como tu...”, digo, abrindo a porta em seguida, afinal tenho vizinhos, e imagino se um deles vê ela ali, parada. Deixo-a entrar. Ofereço o sofá para ela sentar. Ela senta, e eu suando frio. Passo a escutar o som dos elevadores como estivessem na minha cabeça. E se a Beth chega. “Por favor, o que tu está fazendo aqui?” “Vim te ver”. “E se a Beth estivesse aqui?” “Eu sabia que não”. Nem faço questão de descobrir como ela ficou sabendo. “Tu tem de deixar ela. Ela não te merece, eu posso te fazer feliz”, dispara. Parece que estou vivendo um filme. E ela tira a blusa e o sutiã, mostrando belos seios. “Guria, por favor...” Ela tenta me beijar, eu desvio. “Eu não vou deixar a Beth”, garanto. E ela acorda do transe, põe de novo o sutiã e a blusa, pega a bolsa, e só consegue dizer: “Me desculpe, eu pensei que...” Abre a porta e se manda. Dias depois, eu tendo de ignorá-la na redação, ela para na minha frente, e só diz: “Estou morrendo de vergonha”. E nunca mais falou comigo.
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