sábado, 10 de agosto de 2013

"Briga"

Naquela época não muito distante, os fumantes ainda eram permitidos no Bar Opinião. Anos 1990. Uma guria de pé, toda arrumadinha, enfim uma Patricinha, está conversando com as amigas, todas próxima as mesas. Estou a alguns metros, tomando minha cervejinha, observando o ambiente, admirando o mulheril. E a guria mexe os braços, conta algo, entusiasmada e encosta perigosamente em uma mesa, onde outra menina, sentada, segura o cigarro com a mão direita acima da cabeça. E o cigarro acaba encostando na Patricinha, e começa a queimar um de seus braços. “Ui”, geme ela, olhando para ver o que lhe provocou a dor. E encara a fumante com raiva. “O que foi, minha filha? Ninguém mandou tu vir pra cima da minha mesa”, provoca a fumante. Na sua mesa, copos de cerveja e uma garrafa. A Patricinha não pensa duas vezes. Pega um dos copos, que está cheio de cerveja: “Vagabunda”, grita, jogando a cerveja na cara da guria que está sentada. E esta não perdoa: “Sua puta”. E no segundo seguinte, as duas estão engalfinhadas no chão, uma puxando o cabelo da outra e vice-versa. A galera, ao invés de separar as brigonas, incentiva mais. “Arranha ela”, berra uma. “Chuta a vaca”, grita outra. Uns carinhas abrem os braços para evitar que os “chega disso” se aproximem. A briga de fêmeas só acaba com a intervenção dos seguranças. “Se te pego na rua te mato, sua vagabunda”, grita a fumante. “Tu me queimou, sua vaca”, berra a menina queimada, as duas sendo arrastadas para fora.

Nenhum comentário:

Postar um comentário