quinta-feira, 29 de agosto de 2013

“Tombo”

Pré-adolescente, ganhei uma bicicleta Caloi 10 de meu pai. E sim, o presente foi para missões suícidas pelas ruas de Porto Alegre e Viamão no início da década de 1980. Costumava descer as lombas sem segurar o guidom da bike, e incrivelmente nunca me estoporei nesta manobra. Mas dois tombos foram inesquecíveis e muito, muito doloridos. No primeiro, descia uma rua em obras na Santa Isabel, em Viamão, e do outro lado vem em minha direção uma outra bicicleta. E nos chocamos. Eu voo sobre um monte de pedras, levanto e o pai do garoto da outra bicicleta vem em minha direção. “Garoto, entra no carro, precisamos ir pro hospital”, diz ele. Mas eu não quero de jeito nenhum. Afinal estou bem, menos minha bicicleta, toda torta. Até que o carinha me fala: “Guri, tu não está bem, está sangrando”, alerta. Então olho pra baixo, e sai muito sangue de minha mão direita, que foi rasgada quando voei sobre as pedras. Acabo desmaiando ao ver a sangueira, e acordo no hospital. Meu pai do meu lado, e eu levando seis pontos na ferida. Semanas depois, outra rua em obras, e um morrinho de areia. Bah, coisa legal para se pular, e cair do outro lado. O morro de areia tem cerca de 1,80m de altura. Com o impulso, dava para chegar quase aos 3 metros de altura. E eu pulo, mas se havia areia deste lado, não havia nada do outro lado. Um imenso buraco de onde a terra fora retirada. E vou parar lá dentro, batendo com o ombro direito no fundo. Abre um rasgo no local. Eu vou para casa, passo água e depois coloco pomada na ferida. Aquilo gruda de uma forma. Quando o pai chega em casa, berro de dor e sou levado pro HPS. O enfermeiro olha pro machucado, e pergunta o que fiz. Conto a burrada, e ele é obrigado a raspar a pomada com uma lixa. E como doeu, e ficaram as cicatrizes para lembrar a burrada.

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