Guaibadas é uma homenagem a Porto Alegre e o rio/lago que o circunda, cidade em que se passa a maioria das histórias que vou contar aqui. Histórias que aconteceram comigo, com amigos e amigas, com conhecidos e desconhecidos. Alguns causos são hilários, outros apenas divertidos, muitos são tristes, outros não tem nada de especial, mas mesmo assim devem ganhar a luz do dia. Enfim, um olhar sobre o porto-alegrense e suas loucuras.
domingo, 14 de julho de 2013
“A professora”
A Lívia era a professora de Biologia no Paula Soares, mas quisesse seria miss, de tão linda e sexy. Os meninos suspiravam quando ela passava pelos corredores, 1,75m, cabelos longos, negros e lisos, que batiam quase na cintura, boca carnuda e vermelha, seios grandes e sempre de saltos altos, calças apertadas. E o que acontece? O Raul apaixona-se perdidamente por ela. O Raul era um alemão alto para seus 15 anos, falante e leitor de Bukowski e Jack Kerouack, influência de um primo, conhecido escritor e jornalista. Ele precisa extravasar este amor, talvez a professora de seus 28, 29 anos deixe o marido, um carinha careca, barbudo e de seus 40 anos, por ele. Mas como? Bem, ele respira fundo e se declara para ela na entrada do colégio. A Lívia ri daquela paixão, mas não é uma risada de deboche, é meio de espanto e de gratidão por se ver admirada pelo adolescente. E passa a mão na cabeça dele, longos cabelos loiros. “Raul, tu é uma graça”, elogia ela. E o Raul vê isso como um sinal de que ela também gosta dele. E o que o alemão faz? Escreve uma longa carta declarando-se e manda para a Lívia, junto com um enorme buquê de rosas vermelhas. Então ele cruzou a linha e foi reprovado. Na aula seguinte, a professora gostosa faz a chamada, levanta, abre a carta e começa: “Pessoal, é muito legal receber uma carta de amor, flores, nós mulheres adoramos. Mas existem limites. Eu sou uma mulher de quase 30 anos, e não posso responder as expectativas de um garoto de 15 anos. Um aluno meu, colega de vocês, quer namorar comigo, mas é impossível. E sou casada. Bem casada. Mas digo para este doce de garoto que com este jeito meigo ele será muito feliz no amor”, encerra. A Lívia não diz o nome do santo, mas todo mundo sabe quem é. O Raul está ali, vermelho, quase explodindo de vergonha. E fato raro para estudantes de 15 anos: ninguém tira sarro da cara dele. No final da aula, porém, alguns colegas vão até o Raul, e dão tapas na costa dele. “Cara, legal o que tu fez, e o que ela disse. Ela é muito linda mesmo, e o modo como ela falou explica porque tu se apaixonou por ela”, diz a colega punk Marcia.
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