Guaibadas é uma homenagem a Porto Alegre e o rio/lago que o circunda, cidade em que se passa a maioria das histórias que vou contar aqui. Histórias que aconteceram comigo, com amigos e amigas, com conhecidos e desconhecidos. Alguns causos são hilários, outros apenas divertidos, muitos são tristes, outros não tem nada de especial, mas mesmo assim devem ganhar a luz do dia. Enfim, um olhar sobre o porto-alegrense e suas loucuras.
sexta-feira, 26 de julho de 2013
“The Wall”
Quando The Wall, do Alan Parker, estreou em Porto Alegre, em 1983, não fui assistir. A Anamaria, o Alexandre, a Paula Cristina e a Alessandra mataram aula para ver o filme com as músicas do disco homônimo do Pink Floyd. No dia seguinte, contaram extasiados como havia sido a aventura. Apesar da ótima memória que tenha, não recordo desta vez o motivo de não ter ido assistir ao filme de minha banda preferida, que à época ainda não era a minha banda preferida. Era o Van Halen. E The Wall saí de cartaz. Quando conseguiria ver de novo? Nem ideia, afinal à época não existia DVD, video-cassete, nada. Teria de esperar que um dia alguma das seis emissoras existentes (Guaíba, Manchete, TVS, Cultura, Bandeirantes e Globo) se dignassem a passar a trama considerada psicodélica. Então em 1985, eu já fã inexorável, possuidor de todos os discos do Pink Floyd, fico sabendo que o Cinema Imperial passaria uma semana completa de The Wall, sempre às 20h e às 22h, entre a segunda e a sexta-feira. Mas catzo, bem na hora da aulas no Paula Soares. Tudo bem, eu só preciso de duas horas na segunda-feira. Às sete e meia eu desapareço do colégio e vou ao cinema. Até me assusto quando vejo a fila enorme para comprar o ingresso e penso que não conseguirei. Respiro fundo e tento não me desesperar, mas já desesperado. E consigo o desejado bilhete. Entro na sala, banco de madeira. E começa The Wall. Uma hora e meia depois, estou ali, simplesmente enfeitiçado, sem palavras. Alucinado, apaixonado por toda a vida. E decido ficar para a sessão seguinte. E naqueles anos de cinema de rua havia uma vantagem maravilhosa. Quando uma sessão se encerrava, a gente não precisava sair da sala. Podia ficar para quantos sessões desejássemos num mesmo dia. E eu fiquei para a sessão das dez. E simplesmente voltei em todos os dias seguintes, terça, quarta, quinta e sexta. Aí o filme saiu de cartaz. E eu assistia o filme em casa. Colocava os discos, fechava os olhos e imaginava as cenas. Até ser abençoado com a chegada, primeiro do video-cassete, e depois do DVD. Agora já perdi a conta das vezes que assisti The Wall. Confortavelmente entorpecido (Comfortably Numb).
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário