Guaibadas é uma homenagem a Porto Alegre e o rio/lago que o circunda, cidade em que se passa a maioria das histórias que vou contar aqui. Histórias que aconteceram comigo, com amigos e amigas, com conhecidos e desconhecidos. Alguns causos são hilários, outros apenas divertidos, muitos são tristes, outros não tem nada de especial, mas mesmo assim devem ganhar a luz do dia. Enfim, um olhar sobre o porto-alegrense e suas loucuras.
quinta-feira, 11 de julho de 2013
“Lixeira”
A redação do Correio do Povo estava silenciosa. Sexta-feira à noite, dois jornais para fechar, o de sábado e o de domingo. Todo mundo cansado, louco pra ir embora. Aí veio uma bomba pro Possas. Uma bela colega por quem ele nutria uma paixão platônica informa que é seu último dia de jornal, que vai trabalhar na Zero Hora. E o Possas odeia a RBS, pois seu sonho maior era trabalhar lá, mas nunca recebeu o convite. Aí a guria vem se despedindo de todo mundo e chega no Adinho. Que ficou puto da vida. “Tchau Possas”, diz a guria, dando o rosto para receber três beijinhos. Mas em troca: “Vai tarde. Sai daqui, some da minha frente. Traidora”, berra ele. A menina ficou ali, de pé, parada, envergonhada em frente aos colegas, cerca de umas 50 pessoas. E o Possas continuou o discurso anti-RBS, aos berros. “Empresa de merda, quero que todo mundo lá exploda...” E a insistência nos berros irritou o resto da redação, querendo se concentrar nas suas matérias. “Cala a boca”, “fica quieto” e ele dando discurso. Então eu e o Serginho Schüeller pegamos o Possas pelos braços, levantamos e o colocamos de cabeça para baixo numa daquelas lixeiras enormes que havia na redação, cerca de 1,60m. Ele ficou com as pontinhas dos pés para fora, se debatendo, na tentativa de sair, e quando conseguiu, trouxe junto à roupa e cabelos e barba copinhos de café, restos de pastelina e outras porcarias.
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