domingo, 14 de julho de 2013

“Ereção”

O Eduardo gamou na professora de Ciências na sétima série no Paula Soares. A Cristina era uma loira alta, fofinha e de um humor refinado. E tri parceira dos alunos. Com 13 anos, o guri leu os sinais errados. E os hormônios explodindo. Final de bimestre e prova oral. Os alunos tinham de ficar em frente à professora, lá na frente, respondendo as perguntas. Chegou a vez dele, sempre tirando notas altas, moleza aquela prova sobre mitocôndrias e similares. Vestia abrigo Adidas azul-marinho. “Eduardo, a primeira questão é...”, fala a Cristina. E o pau do Eduardo começa a ficar duro por baixo da calça de abrigo. E o guri não consegue esconder. As gurias da turma dão risadas abafadas pelas mãos. E ele começa a gaguejar. A Cristina faz de conta que nada acontece, mas não esconde o sorriso no canto dos lábios. E o Eduardo parado ali, de ferramenta içada, vermelho como um tomate, gaguejando e errando uma resposta atrás da outra. Ele olha pro pinto, passa a mão para ver se fica mole, mas não consegue. Desiste, e volta para seu lugar de cabeça baixa, a de cima, reprovado.

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