Guaibadas é uma homenagem a Porto Alegre e o rio/lago que o circunda, cidade em que se passa a maioria das histórias que vou contar aqui. Histórias que aconteceram comigo, com amigos e amigas, com conhecidos e desconhecidos. Alguns causos são hilários, outros apenas divertidos, muitos são tristes, outros não tem nada de especial, mas mesmo assim devem ganhar a luz do dia. Enfim, um olhar sobre o porto-alegrense e suas loucuras.
terça-feira, 2 de julho de 2013
“Cada um por si”
Final de tarde de um domingo nos anos 1980. Retornava de um jogo com um grupo de amigos, éramos uns 10 carinhas caminhando pela rua completamente vazia, no mais animado papo. O sinal fecha para nós, e paramos, esperando a liberação. Finalmente o sinal vermelho, retomamos o passo, quando um carro – e não me adianta perguntar qual carro, pois quem acompanha minhas histórias sabe que não tenho a mínima ideia de marcas – quase atropela aquele grupo enorme. No reflexo, o Fernando enfia o pé na porta do carro e ainda dispara um furioso “filho da puta!”. Putz, na mesma hora o carro dá uma baita freada e sai de dentro dele um alemão enorme, segurando um revólver 38, que aponta para a gurizada. “Quem chutou meu carro, quem é o filho da puta aqui?”, berrava o cara, alucinado. Deu, nos fodemos, vamos levar bala, pensamos. Aí alguém, não recordo, deu uma de alcaguete, apontando o dedo pro Fernando. E o resto de nós também não foi muito fiel, ao se afastar dele, que ficou ali, sozinho, no meio da rua. O dono do carro, claro que não queria atirar, queria apenas dar um susto. Conseguiu o seu objetivo, e vimos que não dava para contar com o apoio de ninguém. Nada do slogan dos três mosqueteiros, era mesmo “cada um por si”.
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