Guaibadas é uma homenagem a Porto Alegre e o rio/lago que o circunda, cidade em que se passa a maioria das histórias que vou contar aqui. Histórias que aconteceram comigo, com amigos e amigas, com conhecidos e desconhecidos. Alguns causos são hilários, outros apenas divertidos, muitos são tristes, outros não tem nada de especial, mas mesmo assim devem ganhar a luz do dia. Enfim, um olhar sobre o porto-alegrense e suas loucuras.
domingo, 28 de julho de 2013
“Paciência”
O síndico do meu prédio não gosta nenhum pouco de crianças. Veta qualquer brincadeira mais animada da petizada nos dois parquinhos do condomínio. Pois a Sara, afilhada do Alex, está brincando no balanço, e lá vem o síndico, caminhando devagar. A menina, quatro anos de idade, para de se balançar, e cumprimenta o homem. “Oi!”, diz animadamente, vozinha fina de criança. Ele continua sua caminhada implacável, sem olhar para os lados, procurando alguma irregularidade para mostrar seus poderes ditatoriais. “Oi, como está o senhor?”, insiste a menina. E nada de resposta. “Véio, boa tarde”, berra, desesperada Sara, sedenta por atenção daquele senhor de cabelos brancos e semblante seríssimo. Silêncio. E então a doce menininha perde a paciência: “Então é assim? Não vai me dar oi, é? Então vai tomar no teu cu!”, grita, para desespero do Alex, que vê o síndico parar e fuzilar os dois, furiosamente. “Sara, é falta de educação ofender os adultos”, ensina ele. “Mas dindo, eu dei oi pro véio, e ele não me respondeu”, responde a guriazinha, sabiamente. O Alex olha pro síndico, pede desculpas, mas o homem continua furibundo, e prossegue sua caminhada nazista. Mas não multa o condômino.
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