Guaibadas é uma homenagem a Porto Alegre e o rio/lago que o circunda, cidade em que se passa a maioria das histórias que vou contar aqui. Histórias que aconteceram comigo, com amigos e amigas, com conhecidos e desconhecidos. Alguns causos são hilários, outros apenas divertidos, muitos são tristes, outros não tem nada de especial, mas mesmo assim devem ganhar a luz do dia. Enfim, um olhar sobre o porto-alegrense e suas loucuras.
sexta-feira, 12 de julho de 2013
“Vermelho”
Até hoje não sei o quanto é lenda ou verdade. Meu pai me contava sempre da primeira vez em que ele esteve em um Grenal, lá em meados dos anos 1950. O velho Chicão era de Livramento e torcedor por lá, na Fronteira, do Grêmio Santanense, cujas cores eram o vermelho e o branco. Mas pelas ondas do rádio, ele torcia freneticamente pelo Grêmio. E garante que na sua cabeça adolescente que as cores do Grêmio FBPA eram as mesmas do de sua terra natal. E ele decide vir à Capital ver o clássico num final de semana. Então chega no Olímpico, inverno, frio, casacão. Logo no início, ele descobre as cores reais do time de seu coração. Só que por baixo do casacão, usa uma blusa vermelha com o distintivo do Grêmio Santanense. E no meio do clássico, um lance perigoso e ele vibra, pula...e o casaco abre, mostrando o que veste por baixo, para indignação da arquibancada. E ele leva uma laranja na cabeça, e na sequência um saco de mijo nas costas. “Ô negão colorado, tu errou de lado”, grita um torcedor. “Sou gremista, sou gremista”, garante o Chicão, levantando as mãos, como pedindo desculpas. Ele é cercado, e jura que é do Interior, e que por isso não sabia as cores reais do Grêmio. É perdoado, mas obrigado a tirar o blusão. Que é queimado ali mesmo.
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