segunda-feira, 8 de julho de 2013

“Exemplo”

Na sala de espera do otorrino, sentado e lendo meu livro de guerra do momento, aguardando ser atendido, quando entra uma mãe, seus 30 e poucos anos, acompanhada da filha, 3, 4 anos no máximo. A mulher identifica-se para a secretária, e senta ao lado da menina, lindinha, grandes olhos. A guriazinha levanta e pega na estande de revistas, repleta de Caras, uma Mônica, os olhos brilhando de alegria. Volta a sentar ao lado da mamãe, e pede de um jeito meigo: “Mãe, lê pra mim?”. Observo a cena angelical, feliz com o interesse da menina na revistinha. E um segundo depois, fico perplexo. A mãe pega a revista, olha, sacode a cabeça negativamente e solta: “Guria, me deixa em paz, tu sabe que não suporto ler. Larga esta porcaria lá e não me incomoda mais”. Minha nossa! A menininha olha pra mãe, segura o choro, afinal está na frente de estranhos – além de mim mais duas pessoas esperavam atendimento -, tenta fazer com que a mulher pegue de novo a revista. “Fulaninha, não me chateia!!!”. Resta à menina devolver a revista pra estande, e ficar bem quieta. Penso em me intrometer, mas já sei o que pode acontecer, ouvir algo do tipo “vai cuidar de sua vida”. Baita estímulo pra leitura deu esta mulher pra filha....

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