quarta-feira, 17 de julho de 2013

“Poltergeist”

Hoje sou um chato no cinema, exijo silêncio total, não gosto nem do som de gente comendo pipoca. E dependendo do volume da conversa, quase saio no tapa se peço silêncio e não me atendem. Pois estamos em 1982, último dia de aula. Aprovado e encerrando o primeiro grau, eu e alguns colegas da famigerada turma 803 decidimos ir ao Cine Vitória assistir ao terror Poltergeist. Rosane, Alexandre, Ana Maria, Claudia Ferrugem, Liz Peixoto, Marialba, Gisele. Sentamos no mezanino, munidos de pipoca, Coca-Cola, bolachas recheadas e balas de goma. O filme começa, e a gente fica em silêncio. Até a pequena Heather O'Rourke ser levada para dentro da televisão pelos espíritos brincalhões. Uma das gurias berra de pavor, e a gente começa a rir. E na sequência alguém atira uma bala na cabeça de outro, e assim inicia-se uma guerra de comida dentro do cinema. Um cara, sentado lá embaixo, se vira e pede silêncio. Como resposta, ouve uma sonora vaia e um banho de pipoca. A turma não sossega um minuto, berrando, jogando comida, até aparecer o lanterninha e nos ameaçar de expulsão. Ficamos quietos, o funcionário do cinema sai, e voltamos à bagunça. O cara lá embaixo protesta de novo, ameaça subir ao mezanino, mas desiste e vai embora. Aparece de novo o lanterninha, e paramos os arremessos de comida. Mas não calamos a boca até o final do Poltergeist. A bagunça foi tanta, que foi o suficiente por todo o resto da vida. E pelas próximas gerações.

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