Guaibadas é uma homenagem a Porto Alegre e o rio/lago que o circunda, cidade em que se passa a maioria das histórias que vou contar aqui. Histórias que aconteceram comigo, com amigos e amigas, com conhecidos e desconhecidos. Alguns causos são hilários, outros apenas divertidos, muitos são tristes, outros não tem nada de especial, mas mesmo assim devem ganhar a luz do dia. Enfim, um olhar sobre o porto-alegrense e suas loucuras.
domingo, 14 de julho de 2013
“Rabino”
Há alguns anos, tínhamos uma colega no Correio do Povo, que apesar de jornalista, tinha um conhecimento meio limitado, assim como um dia a tenista Sharapova chocou ao afirmar nunca ter ouvido falar em Sigmund Freud. Pois estamos em frente ao jornal, 11 da noite, esperando os carros do jornal que levavam e levam a galera da redação para casa. Nisso passa um rabino bem em frente à Caldas Júnior. Vamos combinar que não é comum isso acontecer, ainda mais àquela hora da noite. Olho pros colegas, e comento: “Gente, um rabino”. O pessoal observa aquela figura, indo em direção Praça da Alfândega. E a colega, bela e inculta, começa a rir, quase histérica. “O que foi?”, pergunto. “Ai, Chico, não diz isso”, pede ela. “Isso o quê? Um rabino?”. “Ai, Chico, para, para”, repete ela. “Mas o que houve? Não é preconceito, é uma constatação. Ali vai um rabino”, insisto. “Para, para de falar palavrão”, implora a guria. “Que palavrão?”. “Tu fica aí dizendo rabino”. “Sim, rabino”. “Chico, para”. Não estou entendendo nada. “O que tem de rabino de palavrão?” “Ai, Chico, como tu é bobo, rabino é de rabo, de bunda, para...” Um colega corrige ela: “Não, guria, tu não sabe o que é rabino?”. “Mas tu também, parem com isso”, explode ela. Não acreditamos no que escutamos. Digo: “Guria, rabino é como um padre, só que judeu”. “Ah tá, vai insistir...”, diz ela, balançando as mãos, como se desistisse de ouvir minhas “baixarias”.
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