sexta-feira, 26 de abril de 2013

A máquina de escrever

No Correio do Povo, trabalho com um cara que enfurece quando usam o mesmo computador que ele acha ser dele, ou sentam em sua cadeira. Mas já tinha passado por experiência semelhante na Ipanema FM. Eu tinha uma colega que não aceitava que eu lesse os jornais antes que ela, mesmo que eu tivesse de redigir o noticiário pela manhã, ou usasse a mesma máquina de escrever, mesmo que ela não estivesse na redação. E se me flagrasse quebrando as suas regras, abria o berreiro. Pois uma vez, estava usando a máquina, faltava uma notícia para redigir, quando ela apareceu. “Sai daí”, ordenou ela. “Estou quase acabando, falta só esta lauda e já saio”, aviso. “Sai agora, agora”, manda ela. Teimoso, eu ponho o dedo em mais uma tecla, que toca o papel. Neste momento, ela corre pra máquina, pega ela e a joga na minha direção. “Eu disse agora, tu é surdo”, berra a guria. Eu dou um pulo, graças ao bom reflexo, e escapo de ser machucado, enquanto que ela cai no choro convulsivo. Eu pensei que nunca mais encontraria alguém tão maluco numa redação, até topar com o Possas no Correio do Povo.

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