sexta-feira, 26 de abril de 2013

Pânico

Um de meus sonhos era apresentar um programa na Ipanema FM, se fosse de heavy metal melhor. Mas ficava lá, quietinho, na redação, escrevendo o noticiário, onde viajava no texto, pois tinha total liberdade para colocar nas laudas o que desse na telha. E uma bela tarde, terminei de redigir o noticiário das 13h, coloquei o material na mesa do apresentador e voltei pro meu cantinho. De repente, o operador eterno Genésio de Souza entra na sala, e diz que o locutor não apareceu. Entro em pânico. “Calma”, pede ele. “Vai tu lá e abre o horário”. Vou pro estúdio, sento e espero o sinal do Genésio. A luz vermelha aparece: “No ar”. E o que acontece? Eu simplesmente fico mudo. Não consigo soltar um ai...o Genésio faz gestos, implora que eu fale, e me sinto no filme Os Filhos do Silêncio. Ele é obrigado a colocar uma vinheta, entra no estúdio e pergunta o que houve. “Deu tchuchu”, falo. “Vamos de novo, respira fundo, dá as horas e o tempo, que eu meto música”, ensina ele. Aí consigo fazer o simples, muito simples , e o Genésio põe música até aparecer o apresentador, atrasado. E eu vou ao banheiro me secar, depois de todo o pavor desnecessário.

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