Guaibadas é uma homenagem a Porto Alegre e o rio/lago que o circunda, cidade em que se passa a maioria das histórias que vou contar aqui. Histórias que aconteceram comigo, com amigos e amigas, com conhecidos e desconhecidos. Alguns causos são hilários, outros apenas divertidos, muitos são tristes, outros não tem nada de especial, mas mesmo assim devem ganhar a luz do dia. Enfim, um olhar sobre o porto-alegrense e suas loucuras.
domingo, 14 de abril de 2013
Eles gostam de uma morena
Outro dia o meu amigo Dario Di Martino lembrou do livro “Holocausto, Judeu ou Alemão”, do gaúcho S. E. Castan. Um livro que negava o que ocorreu com os judeus na II Guerra e vitimizava os alemães. Foi uma polêmica tremenda no começo dos anos 1990 e o livro acabou proibido. Bem, na época ele era vendido na editora Revisão, e o nome diz tudo, né! Sim, era neonazista. E numa Feira do Livro, eles colocaram uma banca na Alfândega. Deu uma confusão dos diabos. O cara que atendia era um loiro mal-humorado. E o que acontece? Um dia, eu leitor de tudo o que se refere ao período nazista, decido comprar o livro – que é uma verdadeira patuscada. Me dirijo à banca e quem encontro lá dentro? Uma amiga minha, mulata, ao lado do loiro. “Ué, o que tu faz aqui?”, pergunto pra ela, surpreso. “Oi Chico, vim aqui ficar com o meu namorado. Ele!”. Tóing. O cara nem me viu, né. “Ah, entendi, judeus e negões devem passar longe, mas eles adoram uma morenaça, são bem espertinhos”, digo, naqueles meus impulsos de fazer piadinha com tudo o que me cerca. Minha amiga faz beiço, eu compro o livro, este mesmo da foto, e meu dinheiro valeu pra ele, e saio dali. Cada um, cada um.
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