Guaibadas é uma homenagem a Porto Alegre e o rio/lago que o circunda, cidade em que se passa a maioria das histórias que vou contar aqui. Histórias que aconteceram comigo, com amigos e amigas, com conhecidos e desconhecidos. Alguns causos são hilários, outros apenas divertidos, muitos são tristes, outros não tem nada de especial, mas mesmo assim devem ganhar a luz do dia. Enfim, um olhar sobre o porto-alegrense e suas loucuras.
terça-feira, 9 de abril de 2013
DJ nervosinho
Em certo período de minha vida fui DJ, sim, colocava som em festinhas, em aniversários, em clubes, em troca de uns trocados e comida de graça. O irritante, neste serviço, era aguentar os palpiteiros de plantão, pedindo músicas ou que estavam fora do set list ou que tinha determinada hora para ser tocada, afinal uma música fora de hora quebra o embalo da galera. E como sou chamado pelo Ilgo Wink de Chico, o irascível, às vezes, muitas vezes, dei motivo para ser chamado assim ao mandar ver na tolerância zero. Uma vez colocava som num colégio em Viamão, formatura de oitava série, e as gurias começaram a encher a paciência pedindo incessantemente que eu tocasse Menudo. Eu toquei, mas antes fiz todo mundo escutar uma sequência de Black Sabbath, e às velhinhas fizeram uma cara quando começou aquele som de chuva, Run to the Hills e Panama. Quando vi, todo o salão gritava “louco, louco, louco”, enquanto que as velhinhas chamavam a diretora. No final do Van Halen, coloquei a maldita música do Menudo, e nunca mais fui chamado para colocar som naquela escola. Bem, outra vez estava num clube em Gravataí, e depois de fazer a galera pular sem parar ao som do The Cure, Talking Heads, Oingo Boingo, Titãs, Pretenders, entre outros, uns chatos se postaram na minha frente e começaram a pedir aos berros que eu tocasse Thriller, do Michael Jackson. A música até estava na lista, mas não se metam no meu trabalho. Em determinada hora, parei e perguntei aos festeiros: “vocês querem que eu toque Michael Jackson?” “Sim”, respondeu o pessoal do gargarejo. “Tem certeza?”, repeti. “Sim”. Aí eu peguei o disco do MJ e arremessei lá no meio do salão, para espanto do pessoal. E claro, fui vaiado, e perdi mais uma boquinha.
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