segunda-feira, 29 de abril de 2013

Cartório

Estava apaixonado pela Gabriela, fazia de tudo para conquistá-la, mas ela não cedia aos meus apelos, as mensagens, aos presentes. Mas mesmo se mantendo impassível às minhas investidas, parecia estar gostando do assédio, tanto que me recebia sempre, aparecia correndo quando a chamava para sair, pois estava fazendo bem pro ego dela. Isso mantinha minhas esperanças. Uma tarde, vamos tomar um café, e passados dois minutos começo minha ladainha romântica, a Gabriela ri muito. Esperançoso, seguro as mãos dela. Ela sopra um fio de cabelo longo e loiro que escorreu sobre seu olho. “Gabi, eu estou louco por ti. Tanto que caso contigo agora mesmo, sem pensar duas vezes”, blefo. E qual a resposta da Gabi? “Tudo bem, tá vendo ali na frente? Um cartório, vamos agora lá mesmo para casar, mas tu paga a certidão”, responde ela. Ali ela me matou. Olhei e realmente tinha um cartório do outro lado da rua. Engoli seco, e disse que também não era para tanto. “Ah, Chico, tu não é de nada, tu não tá apaixonado por mim, só tá encantado pelos meus olhos lindos”, decreta ela. E a minha “paixão” morre.

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