sexta-feira, 12 de abril de 2013

Beto

Sábado à tarde, passo no Zaffari da Riachuelo, e faço minhas comprinhas básicas para passar a noite enfurnado em casa, claro, pizza, uma garrafa de vinho. Ao sair do súper, escutando um heavy metal no ipod, vejo se aproximar uma linda guria, olhos azuis, cabelos pretos longos, uma boca carnuda, vermelha. Ela vem em minha direção abrindo um baita sorriso, para e fala comigo. Por causa dos fones de ouvido, não escuto o que ela disse. Aí tiro os fones. “Oi, sim?”. “Tu não é o Beto?”. “Não, sou o Chico”, respondo, colocando os fones de novo. Ela permanece parada, solta um lamento, algo como um “ah”, e continua me olhando, como se esperasse uma reação minha. Distraído, retomo minha caminhada, vejo meu lotação, entro nele, e um segundo depois, cai a ficha: “Imbecil, a resposta não era não, mas sim, não sou o Beto, mas se você quiser, eu viro o Beto”. Por isso que passo às noites de sábado sozinho.

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