Guaibadas é uma homenagem a Porto Alegre e o rio/lago que o circunda, cidade em que se passa a maioria das histórias que vou contar aqui. Histórias que aconteceram comigo, com amigos e amigas, com conhecidos e desconhecidos. Alguns causos são hilários, outros apenas divertidos, muitos são tristes, outros não tem nada de especial, mas mesmo assim devem ganhar a luz do dia. Enfim, um olhar sobre o porto-alegrense e suas loucuras.
terça-feira, 9 de abril de 2013
Discriminado por ser politicamente incorreto
Uma história em que não posso dar os nomes, por ser politicamente incorreta. Vá lá, pseudônimos. A Cátia chega pra mim e pergunta se irei à janta na casa da Rejane no sábado à noite. Ops, não sei de nada, pois não fui convidado. “Bah, foi mal, Chico”. Não me abalo, ninguém é obrigado a me convidar pruma janta. Só que não resisto e ligo para a Rejane. “Oi”. “Oi Chico”. “E aí guria, qual a programação de sábado à noite?”, sacaneio. “Ah, não sei. Não estou a fim de fazer nada!”. “Para, vamos dar uma volta na Cidade Baixa”, insisto. “Não sei”, retruca ela. “Não aceito não como resposta, às 7 horas passo na tua casa para te pegar”. “Não, não”, ela se apavora. “Nem quero saber”, digo. “Chico, serei honesta contigo, vai ter uma janta aqui em casa hoje”, revela ela. “Eu sei, tava de sacanagem contigo”. “É que vai vir um amigo meu, que é gay, e tenho medo de que tu faça piadas com ele”. “Ah, não faria isso”, falo. “Faria sim, tu é muito sacana e ele é sensível”. “Claro, ele é gay”, brinco. “Viu, viu...” “Guria, eu faço piada com gay, negão, judeu, anão, o que der na telha, mas a festa é sua. Na realidade, tu não me quer aí por que sou negão”, sacaneio de novo. No sábado, ela me liga e pergunta: “Tu vem?”. “Ué, claro que não”, respondo. “Vem, eu desconvidei meu amigo gay, a gente acha que tu é muito mais divertido e legal”. Como não sou orgulhoso, fui.
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