Guaibadas é uma homenagem a Porto Alegre e o rio/lago que o circunda, cidade em que se passa a maioria das histórias que vou contar aqui. Histórias que aconteceram comigo, com amigos e amigas, com conhecidos e desconhecidos. Alguns causos são hilários, outros apenas divertidos, muitos são tristes, outros não tem nada de especial, mas mesmo assim devem ganhar a luz do dia. Enfim, um olhar sobre o porto-alegrense e suas loucuras.
quinta-feira, 11 de abril de 2013
A primeira vez
A primeira vez que senti o racismo de perto foi muito, muito terrível, aos 12 anos. Havia uma menina que morava no final da minha rua chamada Simone. Linda, linda, me lembrava a Glória Pires naquela novela, Cabocla. Quase todos os finais de tarde eu pegava minha bicicleta e ia até a esquina, e ficava observando ela, brincando com o irmão mais novo em frente à casa. Eu nem sabia como falar com ela, só ficava admirando-a. E um dia, sinto um puxão no banco da minha bike. Olho para trás e tem uma senhora me olhando. Antes que eu possa fugir de pavor, ela berra comigo: “Olha aqui, seu guri de merda, sou a mãe da Simone. E vim te avisar, some, pois minha filha nunca vai namorar um negro. Pode esquecer”, diz ela, que falou mais coisas, que se apagaram com o tempo. Medo, vergonha...me mandei dali e nunca mais fui vê-la e nunca falei para meus pais da agressão verbal que sofri. Anos depois, passei pela guria no centro. E fiquei pensando comigo, tomara que ela tenha se casado com um negão, e tido 3 filhos mulatinhos...
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