sábado, 22 de junho de 2013

“Aliança Parte 2”

Olho aquela gatinha ali na minha frente no McDonalds e esqueço aquela aliança em seu dedo anular esquerdo. A Naiana era muito bonita. Sento e decido escutar a defesa dela. No começo parecem aqueles clichês, a pessoa está casada, mas infeliz no casamento, e quer conhecer outras pessoas. OK. Além de bonita, é inteligente, e temos uma sintonia instantânea, apesar também da diferença de idade, afinal ela só tinha 21 aninhos. O marido dela é uns doze anos mais velho do que ela, e completamente indiferente. Só bate o ponto em casa para as necessidades, e passa o resto do tempo jogando bola e churrasqueando com os amigos. Ih, lembro ter conhecido alguém assim na minha vida, eu mesmo anos antes com uma namorada. E agora sei como as mulheres sofrem com isso. Naquela tarde só conversamos, enquanto ela toma um suco de laranja, e eu um café. “Chico?”. “Sim?” “Vamos nos ver de novo?”, pergunta ela, com olhos tristes. “Se você quiser...” Ela abre um sorriso: “Quero sim”. E cada um vai para seu lado. Dias depois, ela me manda um torpedo. “Tu me leva no cinema? Eu queria ver um filme, mas tu sabe quem não quer me levar...”. Eu sabia estar andando em terreno pantanoso, diria minado. Mas topei levá-la para assistir P.S.: Eu te Amo, que estrearia naquela sexta-feira. Nos encontramos na frente do cinema, já com os ingressos na mão. Três beijinhos no rosto, ela compra pipoca e coca-cola, e entramos na sessão das duas da tarde. O clima não podia ser mais romântico, filme de amor, garota bonita ao meu lado...ela coloca a cabeça em meu ombro, chora baixinho quando um dos personagens morre...e o filme vai acabando e começo a suar frio...as mãos tremem. Vontade de beijar aqueles lábios vermelhos. Pareço um garoto de 15 anos. Aparecem os créditos, as pessoas vão saindo da sala, e só ficamos nós dois. Ela me olha, eu passo os braços em volta dos ombros dela, e sinto sua respiração pesada, seus seios ficam empinados...e putaquepariu, eu não consigo beijá-la...”Naiana, tu é linda, mas...” “Eu entendo...”, diz ela, e saimos dali, as peles pegando fogo. Aquela aliança na mão dela, por mais que eu tente não pensar, está lá...não posso ser tão filho da puta assim, penso, e decido me afastar dela. (continua)

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