segunda-feira, 3 de junho de 2013

“O jogo”

Final da Libertadores de 2008. A partida entre Fluminense e LDU no Maracanã está indo para os pênaltis, quando toca o telefone. Atirado no sofá, penso em não atender, mas vejo o número no bina, e quem liga é uma menina que eu estava saindo à época. O que será que ela quer àquela hora da noite e logo naquele momento? Conversar sobre o nosso relacionamento meio enrolado...não poderia ser outra hora? Não, tinha de ser naquele momento. Mas e os pênaltis? “Ah, mas homem é tudo igual, só quer saber de futilidades”, decreta ela, antes de desatar a falar. Mas teve outro momento mais tenso relacionando mulher e futebol. Copa do Mundo de 1986, no México, sábado à tarde, e jogam Brasil e França pelas quartas de final. Quem acompanhou, recorda a tensão daquela partida. Pênalti que o Zico perdeu, prorrogação...estou na sala da casa da mãe, a partida começou faz uns cinco minutos, quando toca a campainha. Mas não vou atender mesmo. A mãe, que estava na cozinha, vai lá e atende a porta. “Filho, é pra ti”, avisa ela. Mas o que seria? E aparece em minha frente uma guria que há muito eu queria sair, Diana. E a menina aparece na hora do jogo?! Tá de brincadeira...”Oi Chico“, diz ela. “Oi”, respondo, não sabendo se olho para TV ou se para ela. “Chico, eu gostaria de ir ao cinema agora ver o Top Gun. Tu me leva?”. EU NÃO ACREDITOOOOOOO....O ano tem 365 dias, e a guria quer ir no cinema naquele exato momento...”Não pode ser depois do jogo, ele deve terminar lá pelas seis horas, seis e meia”, peço. “O pai só deixou eu sair agora, tenho de estar de volta até às oito”, fala ela, fazendo uma cara de “por favor, sou eu, a guria que tu está de olho, mas na realidade eu quero ver o Tom Cruise”. Por mais que eu quisesse sair, quiçá ficar com ela, acabo cedendo aos meus instintos futebolísticos. “Puxa, hoje não dá, o jogo...”, lamento. “Que pena, a gente ia se divertir mais no cinema”, finaliza a Diana, dando tchau e indo embora. Mesmo.

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