quarta-feira, 12 de junho de 2013

"Dentista"

Entre os medos que tenho na vida, um deles é de dentista. Não à toa, a cena mais arrepiante no cinema para mim é aquela onde Sir Lawrence Olivier tortura Dustin Hoffmann em “Maratona da Morte” com uma broca. “É seguro, é seguro?”, pergunta Olivier. “O quê, o quê?”, desespera-se Hoffmann...Então aos 7 anos eu tinha de tirar um dente acavalado, aquele que ficava sobre os outros dentes. Anestesiado, a ajudante do dentista, o Dr. Cláudio, segurando minha mão direita, e o que faço? Começo a me debater, a berrar, e num descuido deles, saio correndo consultório à fora, chorando muito. E não tem Cristo que faça eu voltar para terminar a cirurgia. Mas uns 10 anos depois, já grandinho, protagonizei outro fiasco. Era verão, janeiro, e começo a tremer na cadeira, o suor escorre pelo meu rosto, eu amasso vários lenços de papel, tal o nervosismo e o medo. “Tudo bem aí, Francisco?”, pergunta o dentista. “Não, não está tudo bem. O senhor é um sádico, só sádicos podem ser dentistas”, grito, para em seguida tentar me soltar, e o que acontece? A cadeira simplesmente quebra e caio para trás. Mais uma vez adio a cirurgia, que só seria feito aos 30 anos, quando coloquei aparelho.

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