Guaibadas é uma homenagem a Porto Alegre e o rio/lago que o circunda, cidade em que se passa a maioria das histórias que vou contar aqui. Histórias que aconteceram comigo, com amigos e amigas, com conhecidos e desconhecidos. Alguns causos são hilários, outros apenas divertidos, muitos são tristes, outros não tem nada de especial, mas mesmo assim devem ganhar a luz do dia. Enfim, um olhar sobre o porto-alegrense e suas loucuras.
domingo, 30 de junho de 2013
“A irmã Parte 1”
Estava muito, muito interessado numa amiga nova, Janice. A visitava no serviço dela, como quem não queria nada, ia esperá-la na saída da faculdade dela. A guria, evidentemente, se tocou de minhas intenções, mas se fazia de desentendida. Uma tarde tomávamos um café, eu olhava para ela. “Puxa, Janice, tu é muito linda”, elogiei. Ela largou a xícara de leve, e disse: “Não sou nada, é que tu não conhece a minha irmã, ela sim é linda”, garantiu. Duvidei. “É sim, é absurdamente linda. Na terça passa lá no meu trabalho pelas 4 horas. Ela ficou de me visitar”, avisou. No dia e hora combinados, apareci na agência de turismo onde trabalhava a Janice. Os colegas dela já me conheciam. Entrei, sentei em frente à ela e me ofereceram um café. “A mana vem vindo aí”. Fiquei imaginando entrar uma guria feia, descabelada, afinal os olhos de parentes são diferentes em relação as pessoas que eles gostam, E de repente entra na sala uma deusa, uma deusa, olhos verdes, cabelos longos e negros, lábios vermelhos, uns 1,65m acentuados por sapatos de salto alto. A Janice me olha com um sorriso vitorioso, como se disse-se “duvidou de mim, né”. Levanto e cumprimento a Julia, inatingível para mim. Mas no íntimo quero ficar com aquele mulherão. A Janice pede uns minutos, enquanto termina um relatório, para depois irmos tomar um café. Eu fico olhando a Julia, sem conseguir falar, e quando tento gaguejo. Ela acha graça de minha meninice. No café, me descontraio e saio a falar sem parar. De nervoso. “Cala a boca, cala a boca, tu vai queimar teu filme”, fico pensando...mas não. A Julia ri de tudo, eu olho para ela, e ela baixa os olhos, tímida. A beleza dela a incomoda, pois ela é simples e gentil. E as pessoas estão acostumadas a se intimidar perante pessoas lindas. A Janice nos avisa que precisa voltar. Levanto. “Então vamos embora”, digo, me borrando de medo de ficar sozinho com Julia. “Vocês podem ficar”, diz a Janice. “É, Chico, vamos ficar”, pede a Julia. Ok. Obedeço. A Julia estudava direito, mas sonhava mesmo em ser bailarina. E está me dando um baile, penso. Duas horas depois, preciso ir embora mesmo, tenho de trabalhar. E ela tem de ir pra PUC. Timidamente me atrevo a perguntar: “Vamos nos ver de novo?”. “Claro, pega meu telefone”, diz a Julia. E eu pego o celular dela e ponho no bolso. “Brincadeirinha”, falo, pensando na sequência: “dã, seu idiota, para, para, para”. Devolvo o aparelho e nossas mãos se roçam. Ela fica vermelha. “Como tu é bobo”, brinca ela, me dando o número. Na hora da despedida tenho uma vontade imensa de abraçá-la forte e lhe dar um daqueles beijos cinematográficos. O coração acelera, e quando chega o lotação dela, me inclino e a beijo no rosto, os lábios pegando de leve no canto dos lábios dela. E na minha cabeça já começo a planejar o sábado à noite. (continua)
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