quarta-feira, 5 de junho de 2013

“Coincidência”

Já escrevi sobre a Simone Berthier, menina que fez com que eu decidisse não deixar de falar com alguém quando tivesse vontade. Então estou no T-4 e vejo uma loira linda, grandes olhos verdes, lembrando a Brigite Bardot, sentada à minha frente. Admiro a guria e deu. E ela desce na mesma parada. No dia seguinte, a vejo de novo no supermercado. O seu andar é fascinante. Fico ali, babando e deu. E o que acontece no terceiro dia? Cruzo com a guria na Rua da Praia. Quem está seguindo quem? Aí terminam os encontros. Não a vejo por uns três meses. Março chega e a guria volta a cruzar comigo nos horários e lugares mais variados. Na décima vez em que esbarro nela, fico pensando: porra, tenho de conhecer esta guria. Claro que a minha timidez vai me impedir de chegar perto dela. No dia seguinte, estou chegando em casa e cruzo com ela. Penso em falar com ela, mas não consigo. No outro dia, de novo. PQP...prometo para mim mesmo que se no dia seguinte esbarrar com ela, me apresento. E o que acontece? Desço do ônibus, e a menina está na parada. Fico ali, observando, respirando fundo, mas não dou um passo para me aproximar dela. Chega, penso. É muita tortura. Até que 24 horas depois, pego o ônibus e quem sobe nela e senta bem no banco em frente ao meu? Ah, é o destino. Hoje eu perco a vergonha e falo com a menina bonita. O ônibus passa pelo Barra Shopping, Beira-Rio, Praia de Belas e começa a se aproximar perigosamente do Centro. Quando passa no Açorianos, respiro e digo: “É agora”. Dou um leve tapinha no ombro dela, que se vira. “O QUE FOI, O QUE TU QUER?”, berra a BB cover. Putz. “Eu só queria falar contigo, saber teu nome...”, falo tremendo. “Meu nome é CRISTIANE, TÁ BOM, CRISTIANE, O QUE MAIS TU QUER SABER?”, continua berrando. Eu não sei aonde enfiar a cabeça naquela hora. O ônibus entra na Salgado Filho. “Já conheci, me desculpe”, peço. “Foi mal”, encerro. A loira Cristiane sai do ônibus batendo violentamente os pés...que medo...

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