sábado, 1 de junho de 2013

"Braço"

O Rogério Grilo guardava o carro numa garagem na Independência. O guardador não tinha o braço esquerdo, mas mesmo assim era um exímio motorista. O Grilo dava as chaves pro carinha, que conseguia fazer as manobras somente com a mão direita e uma parte do cotoco esquerdo. Rapidamente, o velhinho estacionava o veículo no box, sem nenhum arranhão. Aliás, sem nenhuma dificuldade. E isso deixava o Grilo encucado e enciumado. E ele decidiu que não perderia pro guardador. Um dia, quando chegou para guardar seu possante, recusou a ajuda do guardador, que deu de ombros. “Eu também consigo manobrar”, garantiu o Grilo, acelerando e na maior dificuldade, conseguiu colocar o carro de primeira no box. Vitorioso, saiu do veículo, e esbravejou: “Viu, não precisava, pois aqui tem braço”, batendo com o punho esquerdo na batata do antebraço direito. Na hora se tocou da gafe. O Grilo não quis dizer dizer que ele não era maneta como o outro, mas que também tinha tanta força quanto o guardador. Não adiantou. Passou a ser visto como o cara mais grosseiro e antipático do pedaço.

Nenhum comentário:

Postar um comentário