Guaibadas é uma homenagem a Porto Alegre e o rio/lago que o circunda, cidade em que se passa a maioria das histórias que vou contar aqui. Histórias que aconteceram comigo, com amigos e amigas, com conhecidos e desconhecidos. Alguns causos são hilários, outros apenas divertidos, muitos são tristes, outros não tem nada de especial, mas mesmo assim devem ganhar a luz do dia. Enfim, um olhar sobre o porto-alegrense e suas loucuras.
domingo, 16 de junho de 2013
“Pavor”
O Milton Ferreti Jung era cruel com os redatores da Rádio Guaíba. E costumava pegar no pé dos novatos, talvez estratégia para que pegassem confiança. Ou desistissem. Sei que meus primeiros seis meses foram de pesadelo. Eu era um dos redatores do Correspondente Renner das 13h e a Kátia Hoffman e o Idalino Vieira eram os editores. Eu entrava meio-dia e mal tinha tempo para respirar, já recebia várias matérias para redigir e ainda pegar os telefonemas do Gustavo Mota, setorista de política na Assembleia. Um terror. Lá pelas 13h15min, o Milton entrava na redação com as notas onde encontrava erros viradas para cima, e esculachava o redator responsável. Com a pressão diária, comecei a errar frequentemente, suar frio, e ter fortes dores de estômago. Não pedi demissão porque decidi que venceria o leão. Mas estava demais...eram xingamentos, ofensas. Teve redator que chorou. Eu comecei a sumir após entregar o último texto. Me trancava no banheiro e por lá ficava até 13h45, 14h, quando sabia que ele já havia ido embora. Eu voltava, e a Kátia dizia para eu me acalmar, mas eu estava quase cometendo suicídio, e quiçá assassinato. Antes que eu fizesse um desses atos, o Milton descobriu que eu era gremista, e ao me encontrar, passou a falar do Tricolor. E achou uma outra vítima para sacanear.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário