sexta-feira, 21 de junho de 2013

"Halley"

Aniversário de 15 anos da Hellen, no Clube dos Funcionários do Tribunal de Contas, no Cristal. O Denilson passa uma descompostura no resto da turma, pois segundo ele, a galera não sabia se comportar e fazia fiasco. Deveriam ser como ele, ou seja, não beber e nem atacar as guriazinhas. A turma escuta o sermão, se olha de canto e prepara a vingança. Enquanto tomam um gole de cerveja, oferecem dois copos cheios para o Denilson. Ele acha poder se controlar, e acaba perdendo a conta. Após o corte do bolo, a aniversariante vai distribuindo souvenires de seus 15 anos, na mesma noite em que o cometa Halley cruzaria os céus. A Hellen oferece uma lembrancinha, um cartãozinho com os dados da festa e um pequeno boton, para o Denilson. “Não, obrigado, estou satisfeito”, diz ele, vomitando em seguida. Quando vê, aliás, não vê, está sendo expulso do salão pelo segurança. Completamente alcoolizado, cai na frente do clube, e continua a devolver ao mundo as bebidas e comidas que ingeriu naquela noite. Em seguida, começa a tremer. O Jaime vai ao seu socorro. O cara está pálido. “Chico, empresta tua camisa para aquecer o Denilson”, pede. “A minha camisa é nova, e o fiasco é dele”, solto. O Beto é expulso em seguida, sai do clube torto de bêbado. Enfia o dedo na goela, vomita uns dois litros, e na hora fica são. “Vamos de novo”, fala. E o Denilson desmaia. O pessoal larga ele, para em vão tentar enxergar o Halley. Nisso passa um lotação, que para. “Moço, precisamos levá-lo pro hospital”, pede o Lauro. “Ele está bêbado?”, pergunta o motorista. “Sim”. “Então nada feito”, garante, pisando fundo. O jeito é tentar pegar um ônibus. Mas não passa nenhum. “Alguém aí viu o Halley”, pergunta o Marco. “Nada”, avisa o Marcelo, pendurado numa árvore. Finalmente vem um T-4. Embarcamos nele, o Denilson sendo carregado por dois dos guris. Descemos na Igreja São Jorge, para pegar o ônibus para Viamão. Começo a contar. Éramos 12 na festa. Conto apenas 11. Cadê o 12º? Olho pro T-4, e lá está o Leandro Radial dormindo, a cabeça encostada na janela, e o ônibus se vai em direção a Ipiranga. Bem, azar dele, pensamos. O cara só acordou no final da linha, na Assis Brasil, e sem dinheiro, teve de pedir carona para poder voltar para casa. Ah, o Denilson? Passou o domingo praticamente em coma.

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