Guaibadas é uma homenagem a Porto Alegre e o rio/lago que o circunda, cidade em que se passa a maioria das histórias que vou contar aqui. Histórias que aconteceram comigo, com amigos e amigas, com conhecidos e desconhecidos. Alguns causos são hilários, outros apenas divertidos, muitos são tristes, outros não tem nada de especial, mas mesmo assim devem ganhar a luz do dia. Enfim, um olhar sobre o porto-alegrense e suas loucuras.
quarta-feira, 26 de junho de 2013
“Empurrão”
O que faz um adolescente ter um apagão de segundos e quase jogar fora quase todo um ano letivo? Pois em 1982, oitava série, praticamente passado por média para o segundo grau. Restava a prova de Ciências, hoje chamada de Biologia. O professor era um baiano, que sentia-se completamente discriminado aqui no Sul. Afiado, sei todas as respostas, e em cerca de 20 minutos a completo. A nota dez era certa. Entrego e sou o primeiro a sair da sala 803, rindo sozinho. Segundo grau, lá vou eu. O próximo a terminar a prova é o Alexandre, nerd ao extremo, só tirava dez. Passamos o ano competindo, pacificamente, para ver quem era o melhor aluno da turma. Ele até poderia ser o mais inteligente, mas era mais esperto...o Alexandre sai da sala, e estou ali no corredor, esperando a Rosane, a Claudia Ferrugem, a Andrea Carvalho, a Mariana, a Marialba, a Gisele, o João Inácio, a Ana Maria, a terminarem suas provas e a gente ir tomar um banana split. O Alexandre me olha e diz: “Vamos bagunçar a prova?”. Com o diabo no corpo, não penso duas vezes, afinal estou mesmo aprovado. “Me empurra lá dentro”, pede o Alexandre. Ele não precisa pedir duas vezes. Eu o arremesso porta adentro. O Alexandre cai no meio da sala, para espanto da turma, e do professor. Todo mundo levanta a cabeça, espantado. A Rosane larga o lápis, e com as mãos faz o gesto de “o que vocês estão aprontando”. O Alexandre levanta e sai correndo, e eu e ele fazemos os 100 metros rasos mais rapidamente que o Usain Bolt. Só que o professor corre atrás da gente, e a turma aproveita para colar. Na frente do Paula Soaresm o professor decide encerrar aquela zona. “Parem, não adianta fugir”, ordena ele, e realmente, mesmo se descessemos a General Auto, e fossemos pra praça, teríamos de estar ali na escola no dia seguinte. “Foi ele que me empurrou”, deda o Alexandre, não contando o resto da história. O resultado é somos encaminhados ao SOE, levo um zero bem grande na prova e acabo ficando em recuperação, e ele passa por média, junto com a Liz Peixoto. Eu deveria estar ali, aprovado com louvor, mas não fui esperto o suficiente.
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