Guaibadas é uma homenagem a Porto Alegre e o rio/lago que o circunda, cidade em que se passa a maioria das histórias que vou contar aqui. Histórias que aconteceram comigo, com amigos e amigas, com conhecidos e desconhecidos. Alguns causos são hilários, outros apenas divertidos, muitos são tristes, outros não tem nada de especial, mas mesmo assim devem ganhar a luz do dia. Enfim, um olhar sobre o porto-alegrense e suas loucuras.
segunda-feira, 3 de junho de 2013
“Morangos”
Uma época, já formado e desempregado e sem grana para pagar o aluguel, tive de voltar a morar com a mãe. E na casa dela a lei é a seguinte: “Sob o meu teto, minhas leis”. E não se discutia isso. Aí levar uma namorada lá era praticamente impossível, já que a dona Flora é rigorosamente religiosa. Mas uma vez eu comecei a sair com uma menina, que mesmo ela não conhecendo, acabou simpatizando, devido ao meu entusiasmo pela guria. “Meu filho, traz ela aqui para almoçar”, pede. Eu fico meio assim, a dona Flora deve estar delirando. Como ela repete o pedido mais umas três vezes em dois dias, acabo cedendo, e aviso a menina. Que treme na base, mas acaba aceitando o convite. E a mãe faz um banquete delicioso. Comemos até não poder mais, mas o que queríamos era ir pro quarto. Ou seja, missão impossível. Porém parece que naquele dia os deuses estavam do nosso lado. “Crianças, fiquem à vontade”, diz a dona Flora, após nos servir um café. “A gente vai pro quarto ouvir música”, aviso. “Vão com Deus, eu vou sair, vou à igreja”, fala a dona Flora. Olha, era tudo o que a gente queria. Vamos pro meu quarto. “O que tu quer escutar”, pergunto. “Ah, tu escolhe”, diz a menina. Claro que naquela hora não seria heavy metal. Penso, penso, penso. “Pode ser Pink Floyd?”. “Claro”. Ponho o disco, e sento do lado dela na cama. Tento beijá-la, mas ela dá um gritinho. “Não...”. Recuo. Tento de novo, e ela cede. No mesmo momento, tenho uma ereção violenta. Pego a mão dela e ponho sobre a minha calça. Ela tateia, dá um sorrisinho malandro, e abre a braguilha da calça, para tirar meu pau pra fora e dar um beijo nele. Putaqueopariu...parece que vou entrar em erupção. E o que acontece? A minha mãe desistiu de sair e entra no quarto, bem na hora, sem bater, carregando uma bandeja com dois potes com morango e creme. “Crianças, pra vocêsssssssssssssssss...................”. Eu empurro a guria, tento fechar as calçar, a guria vira o rosto pra parede, e a mãe põe a bandeja na mesa e sai rapidamente do quarto. Deu, literalmente fudeu tudo. Nos recompomos, e o que nos resta é sair do quarto. A mãe nem olha pra guria, que tenta dar tchau, sem sucesso. “Dona Flora, obrigado pelo almoço...”.”Vai com Deus, minha filha”, responde a mãe, mais envergonhada do que nós dois. Levo a guria embora e só vou conseguir ficar com ela duzentos anos depois, quando voltei a morar sozinho.
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