quinta-feira, 13 de junho de 2013

“Linda”

Sim, ela era linda, a mulher mais linda que vi na vida. Eu olhava para ela e ficava hipnotizado. Longos cabelos negros, olhos verdes cristalinos, lábios carnudos e peitos enormes, tal qual Sofia Loren no auge. A perfeição, e ela sabia disso. E se entregou para mim sem questionamentos. Nos trancamos dentro de minha casa durante três dias seguidos, e eu inventei uma gripe violenta para não comparecer ao trabalho. A gente passava o tempo transando, dormia, acordava, comia alguma coisa, transava de novo, de forma incessante. O problema que fora do quarto não tinhamos nada em comum. Além do que, ela não era modesta. Sua beleza a tornara uma mulher sem alma. Quando um raio cortava os céus, ela olhava para o alto, imaginando o clarão ser fruto dos flashs das máquinas fotográficas registrando sua beleza incomum. E quer ver quebrar o clima do que soberba? Estávamos deitados, e eu não conseguia parar de olhar para ela, tamanha beleza. Alisei seus cabelos, ela beijou meu umbigo, beijou mais abaixo, e me olhou com maldade. Nossa, poderia passar o resto de minha vida com aquela mulher. “Meu deus do céu, tu é linda, tu é muito linda”, me derreto todo. Ela levanta o rosto perfeito, me encara e diz, de forma fria: “Eu sei, eu sei muito bem que sou linda. Não precisa me dizer isso”. Minha nossa, frieza tamanha a fez perder o encanto. Não à toa, ela era dispensada por todos os homens. Afinal, beleza não é tudo, não é eterna, e ela não entendia isso.

Nenhum comentário:

Postar um comentário