Guaibadas é uma homenagem a Porto Alegre e o rio/lago que o circunda, cidade em que se passa a maioria das histórias que vou contar aqui. Histórias que aconteceram comigo, com amigos e amigas, com conhecidos e desconhecidos. Alguns causos são hilários, outros apenas divertidos, muitos são tristes, outros não tem nada de especial, mas mesmo assim devem ganhar a luz do dia. Enfim, um olhar sobre o porto-alegrense e suas loucuras.
domingo, 23 de junho de 2013
"Carona"
Na época da faculdade, na Unisinos, a galera mais humilde fazia de tudo para poupar um pouco de grana. E um dos métodos era pegar carona com colegas motorizados ou então ir para a frente da universidade ou da churrascaria Schneider, na BR-116, pedir carona para uma alma caridosa que topasse trazer os universitários para Porto Alegre ou pelo menos até a estação Esteio do Trensurb. O dinheiro poupado fazia uma puta diferença no final do mês. Mas existiam regras de quem se arriscasse na faixa: nunca, nunca pegar carona solitariamente. Eram sempre grupos de três, para não dar sopa pro azar. Mulheres sozinhas nem pensar. E não é que uma vez a Ana Cristina e a Rosane quebraram a norma. A turma chegou na Unisinos, e havia uma greve de professores naquela manhã de terça-feira. Mas não geral. Eu tive aula e disse para as gurias me esperarem. Só que elas não iriam ficar das 8h30min às 11h30min aguardando. Passou uma kombi, e elas embarcaram nela. E aí começou o filme de terror. O carinha olhou praquelas gurias de seus 18, 19 aninhos, e começou a babar. Acelerou o carro, elas começaram a protestar, e ele nem aí. Quem já viu filme de serial killer pode imaginar o pavor que a Rô e a Ana começaram a passar. “Bom, foi uma vida curta, mas boa”, pensaram, quando o carinha desviou a Kombi e entrou num matagal perto do zoológico de Sapucaia. O carro foi diminuindo de velocidade, foi parando e elas pensaram “quando ele parar, a gente pula e sai correndo”. O carro parou, mas o maluco previu e as ameaçou. “Não corram”. Ele saiu do carro, as mandou descer, e o pavor era tanto que as pernas não funcionaram. Então o carinha abaixou a calça, mostrando uma calcinha feminina, vermelha. Que foi baixada. Ele se ajoelhou, mijou, se trajou novamente. E as duas ali, pasmas, não acreditando no que viam. “Entrem no carro”, ordenou o exibicionista. Satisfeito com sua tara, o maluco deixou as gurias em Esteio. E no dia seguinte, fui xingado, sem ter culpa, afinal ninguém mandou elas pegarem carona sozinhas. Lição aprendida, e spray na bolsa a partir dali.
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