Guaibadas é uma homenagem a Porto Alegre e o rio/lago que o circunda, cidade em que se passa a maioria das histórias que vou contar aqui. Histórias que aconteceram comigo, com amigos e amigas, com conhecidos e desconhecidos. Alguns causos são hilários, outros apenas divertidos, muitos são tristes, outros não tem nada de especial, mas mesmo assim devem ganhar a luz do dia. Enfim, um olhar sobre o porto-alegrense e suas loucuras.
quarta-feira, 29 de maio de 2013
“A caganeira”
Finalmente aquela gata que eu sonhava em dar uns amassos aceitou sair comigo depois de insistentes três meses. A convidei prum barzinho no sábado à noite, mas a Miriam foi direta. “Os meus pais estarão viajando sábado. Vem aqui pra casa. Eu faço a janta e tu traz o vinho”, diz ela. Não precisa falar duas vezes. No dia seguinte compro duas garrafas de um bom chileno, e fico imaginando o sábado. A imaginação vai longe, eu sonhando em me esbaldar naquele corpo lindo. Chega o dia, eu já acordo tremendo todo. O medo é tanto, que penso em desistir. No meio da tarde, a Miriam me liga. Olho pro telefone e penso: “Tomara que ela desista”, pois estou em pânico. Atendo. “Chico, cheguei agora do súper. Tu pode vir às seis? Aí tenho tempo de arrumar as coisas, tomar um banho, essas coisas de mulher, sabe, né?”. Minha nossa, não tem como recuar. “Estarei aí”, digo, anotando o endereço. Nisso, começa a cair o maior aguaceiro em Porto Alegre, mas como diz o velho ditado, quem está na chuva é pra se molhar. Então lá vou eu. Quando chego na casa dela, toco a campainha, ela abre, e eu dou três beijinhos nela, por mais que quisesse beijá-la na boca, sentir sua língua. Tento não demonstrar ansiedade, mesmo que na mochila esteja carregando camisinhas e roupa para passar a noite. Dou a entender que vim apenas jantar e tomar um vinho, e depois me toco de volta pro Cristal. Estou em pânico, e a Miriam era linda. Vamos pra cozinha, e ela pede que eu abra um vinho. Eu abro, sirvo os copos, e no primeiro gole que dou, minha barriga faz vruuummmmm. No segundo gole, minha boca fica seca, e minha barriga faz vruuuuuuuuuuummmmmm de novo. Eu sei o que é. Uma tremenda caganeira se avizinha. Pergunto onde fica o banheiro, peço licença e corro pra lá. Minha nossa. A coisa é violenta. Tento evitar fazer barulho, me dobro todo...quando puxo a descarga, 20 minutos depois, penso em ir junto, de tanta vergonha. Limpo bem a privada, tomo banho, e só apareço na frente da Miriam quase uma hora depois. Aliviado, mas pensando naquela piada do Costinha: “Me cantou vários meses, e veio cagar aqui em casa”. A Miriam me beija, para tentar quebrar o climão. “Tá melhor? Mas nada mais de vinho, certo? Agora vem aqui, e relaxa”, diz ela.
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E aí, comeu?
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