Guaibadas é uma homenagem a Porto Alegre e o rio/lago que o circunda, cidade em que se passa a maioria das histórias que vou contar aqui. Histórias que aconteceram comigo, com amigos e amigas, com conhecidos e desconhecidos. Alguns causos são hilários, outros apenas divertidos, muitos são tristes, outros não tem nada de especial, mas mesmo assim devem ganhar a luz do dia. Enfim, um olhar sobre o porto-alegrense e suas loucuras.
quinta-feira, 23 de maio de 2013
“Mentirinha”
Era uma gordinha muito bonita. Fiquei encantado por ela e não desisti enquanto não a convenci a ir pra cama comigo. Na primeira vez fomos para um motel. O carinha da recepção ficou nos olhando, com um sorriso debochado nos lábios, e quando nos dirigíamos pro quarto, ouvi ele falar bem baixinho. “Bah, o negão vai se esbaldar hoje, se é que não vai morrer esmagado”. Pensei em voltar e dar uns sopapos no idiota. Desisti. Queria mais curtir a guria. E olha, ela se esmerou muito. Politicamente incorreto, até pensei naquela máxima de que as gordinhas são as melhores trepadas porque acham que estão transando pela última vez na vida. Após algumas vezes decidi poupar os trocados do motel, e convidar a guria pra ir na minha casa. Ela aceitou na hora. A guria chega lá em casa, a gente dá uns amassos no sofá, e ela sussurra no meu ouvido: “Negão, vai me esperar na cama, enquanto eu vou ao banheiro”. Dito e feito. Me mando pro quarto, deito, com o pau já preparado, e ela vai se preparar. Quando ela chega na porta, passa a língua nos lábios, e sinto a maldade gostosa. E ela vem vindo, vem vindo e dá um salto em minha direção. O que acontece? Quando ela pousa, a cama não suporta e vai chão abaixo, afinal, meus 110 quilos, mais os 70 que ela disse ter. “Aí meu Deus, o que fiz?”, se desespera ela. “Calma, calma, não foi nada”, eu digo, acalmando-a. Busco um copo d’água e dou para ela, que fica bebendo, enquanto puxo o colchão pro lado, e é ali que trepamos. No dia seguinte contrato um marceneiro, o carinha chega, analisa a situação e encontra uma solução: reforçar as beiradas da cama. Ficou uma beleza, como se dizia antigamente. Eu e a gordinha marcamos a reestreia do móvel no final de semana seguinte. “Agora não tem perigo”, digo pra ela, que sorri, envergonhada, e me tasca um beijo na bochecha. Segundos depois, ela me empurra pra cima da cama, eu caio de costas, e abro os braços para recebê-la. A gordinha, então, pula sobre mim...e a cama desaba de novo, fazendo um tremendo barulho naquele começo de madrugada. “Chico...preciso te dizer uma coisa...”, sussurra ela, quase chorando. “Calma, calma”, digo, passando a mão no rosto dela. “Não, não...eu te menti, eu não tenho 70 quilos, eu peso 92 quilos”, revela ela. Passei os meses seguintes dormindo no chão, até ter grana pra comprar uma cama nova.
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Olá Chico!!! Parabéns pela escrita objetiva! Teu blog é muito legal. O descobri através do blog do Prévidi que já acompanho desde 2007. São quase 2 da tarde e acabei de ler todas as tuas postagens num gole só(rsrsrs). É que hoje tô de aniversário e, como sou autônomo - no momento, me dei de presente um lindo dia de vagabundagem no Rio. Tô por aqui há um ano, mas sou de São Lourenço do Sul. Tenho 37 anos, radialista desde 1992 e por incrível que pareça não sei ainda o que fazer da minha vida profissional. Rsrsrsrsrsrsr PQP que suadade dos meus 15 anos! Valeu meu irmão! Aliás, que draga ande esse teu time hein... Tu, apesar de gaymista, parece ser cara muito gente boa! (brincadeirinha) Saúde...
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