Guaibadas é uma homenagem a Porto Alegre e o rio/lago que o circunda, cidade em que se passa a maioria das histórias que vou contar aqui. Histórias que aconteceram comigo, com amigos e amigas, com conhecidos e desconhecidos. Alguns causos são hilários, outros apenas divertidos, muitos são tristes, outros não tem nada de especial, mas mesmo assim devem ganhar a luz do dia. Enfim, um olhar sobre o porto-alegrense e suas loucuras.
quinta-feira, 16 de maio de 2013
"A Hobbit"
Toca o telefone e atendo, sem olhar o número. Geralmente quando a ligação é do trabalho ou de algum amigo mala, ou antes das 14h, não atendo. Mas eram 19h. “Alô?”, digo. “Oi, é o Chico?”, pergunta uma bela voz feminina, que não reconheço. "Sim", respondo. “Tu não me conhece, me chamo Monica, uma amiga me falou muito de ti, fiquei curiosa e pedi teu número. Quero muito te conhecer”, ela diz, sem pestanejar. Fico surpreso e claro, lisonjeado. Decido conhecer a guria. Marcamos de nos encontrar num final da tarde de sábado, no Praia de Belas. Quando nos vemos, parece que sempre nos conhecemos desde sempre. Tomamos um café, e acabamos nos beijando. Tudo muito direto. O próximo passo é o motel naquele mesmo dia. Ela é uma guria bonita, cabelos castanhos longos e cacheados, olhos também castanhos, uma boca pequena, cerca de 1,65m. E no quarto, ficamos completamente nus. Ou quase, pois a Monica se nega a tirar as meias brancas. Mas tudo bem, cada um com suas manias. O tesão é intenso, depois das cervejinhas. “Posso?”, pergunta ela. Não entendo. “Posso?”, repete. “O quê?”, solto. “Faça”, afirmo. Ela pega meu pau, e chupa com vontade. Trepamos, mas as meias lá. O tempo vai passando, a gente se encontrava todos os finais de semana, trepava ora no motel, ora na minha casa, ora na casa dela. E nada de ela tirar as meias. Qual seria o mistério? Numa tarde, a gente estava em minha casa, na cama. E insisto com a Monica. “Pô, tira as meias, vai”. Ainda mais que adoro pés femininos, e já deixei de sair com algumas meninas por causa dos pés feios delas. E o que acontece? A Monica apaga as luzes, e dá para ver na penumbra ela tirando as meias. Porra, quero ver os pés dela. Levanto, acendo as luzes e o que vejo? Os pés mais feios que já vi na vida, a guria tinha joanetes imensos, os dedos tortos e as unhas quebradas e escuras. Mas como, se o resto era de uma beleza rara? “Aí guri, por isso que não queria tirar as meias, eu sabia que tu ficaria decepcionado”, disse ela, sacando meu horror com aqueles pés que lembravam os dos hobbits do senhor dos anéis. A gente ficou junto mais umas duas semanas, eu querendo fugir para a Sibéria, a Monica sempre de meias, até que num dia a guria disse que iria visitar a mãe, saiu e nunca mais apareceu, inclusive desligando o telefone. Deve ter viajado para Mordor.
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