sábado, 25 de maio de 2013

“A puta”

Eu tinha uma namoradinha dois anos mais velha do que eu, que já estava fazendo cursinho, lá no Universitário. Eu saia do Paula Soares quando estudava à noite e ia buscá-la lá na Dr. Flores. A gente ainda não havia transado, nós dois éramos virgens. E o que acontece? Um dia não tive os dois últimos períodos, sai mais cedo do colégio e fiquei dando voltas pelo Centro, até a hora de encontrar com ela. Naquele tempo não existia celular, então o jeito era ficar num ou outro lugar esperando por horas. Aí passo numa rua e vejo uma baita loira fazendo ponto. Fico babando, mas não me atrevo a chegar perto. Às 22h30min encontro minha namorada e a levo pra casa. Já em casa, a loira não sai da minha cabeça. No dia seguinte, mato os dois últimos períodos só para ver se encontro a puta fazendo a ronda dela. E lá está ela. Respiro fundo, aperto as mãos e chego perto. “Oi”, digo. “Oi”, responde ela. “Quanto é?”, pergunto. Ela me diz o preço, que não recordo, ainda mais depois de tantas trocas de moeda. Sei que não tinha a grana, mas isto vira o projeto após receber meu salário no Juizado de Menores. E no final do mês, volto lá, antes de encontrar a minha garota. Naquele dia não tinha aula. A puta me leva prum hotelzinho fuleiro ali no Centro, eu pago o quarto e a parte dela, e vamos pro quarto. Hoje em dia eu nem passaria perto de tal pocilga, mas na época, guri, aventureiro...a puta ainda quer conversar e eu querendo ir pros finalmente. Tudo nela era superlativo, os peitos, a bunda, as coxas, os cabelos amarelos, a boca, os olhos...ela pergunta até se tenho namorada, se transo com ela. “Não, não transo, aliás, sou virgem”, confesso. “Mas tu namora uma santa?”. “Não, mas a gente ainda está naquelas...”, digo. “Tudo bem, relaxa”, manda ela, colocando a camisinha em mim, e ficando de quatro. A guria não finge nada, não geme, só fica pedindo pra mim gozar de uma vez. E aí eu não consigo esporrar. O tempo vai passando, eu ali, feliz da vida. “Carinha, o tempo está esgotando, se tu não gozar, ou paga o dobro, ou a gente encerra”, que motivador. Acabo não gozando e me nego a pagar mais. Não foi muito legal, mas saciei a curiosidade. Vinte minutos depois, estou em frente ao Universitário esperando a minha namorada. Quando ela chega, pergunta: “Chiquinho, esperou muito? O que tu fez hoje?”, pergunta. “Ah, eu estava ali no cinema vendo Amadeus”, minto. Ela quis saber como era o filme, eu desconversei, e no dia seguinte eu matei o serviço à tarde para ver o filme com o Tom Hulce, e poder contar para ela. A puta foi o Salieri de minha primeira namorada.

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