Guaibadas é uma homenagem a Porto Alegre e o rio/lago que o circunda, cidade em que se passa a maioria das histórias que vou contar aqui. Histórias que aconteceram comigo, com amigos e amigas, com conhecidos e desconhecidos. Alguns causos são hilários, outros apenas divertidos, muitos são tristes, outros não tem nada de especial, mas mesmo assim devem ganhar a luz do dia. Enfim, um olhar sobre o porto-alegrense e suas loucuras.
segunda-feira, 27 de maio de 2013
“A prova”
Minha primeira namorada, dois anos mais velha do que eu, era virgem. Ela já tinha namorado outros dois carinhas, mas o máximo que fizera fora segurar o pau de um deles. E quase morrera de vergonha. Então eu fora sorteado para ser o primeiro dela. Eu já tinha perdido a virgindade com uma prostituta e esta história fica para outro dia. Depois de intensos e diversos amassos em cinemas, como o Imperial, Vitória, Cacique, a gente estava que não se aguentava mais para ir mais fundo. Na época, meados dos anos 1980, eu morava numa república ali na Duque de Caxias com mais dois carinhas. Sábado à tarde, os carinhas, mais velhos e estudantes da UFRGS, estavam viajando para suas cidades. Beleza, o apartamento só pra mim. Levei a guria para lá, coloquei para rodar um disco do Fleetwood Mac, e nos despimos. Envergonhados. E completamente desajeitados. Não teve jeito. Por mais que tentássemos, não conseguimos completar a missão. Ela sentiu muitas dores, eu não conseguia penetrá-la direito. Acabamos desistindo. Ficamos lá, deitados, abraçadinhos, escutando o barulho da rua. No toca-discos Djavan e seu Faltando um pedaço. Nunca vou esquecer. Lá pelas sete da noite tive de levá-la para casa. Mas não desistimos. Uma semana depois, decidimos retomar a missão. Os meus colegas estavam no apartamento e tive de pedir para eles darem uma volta de várias horas. Os dois sacaram e saíram sem perguntar nada. Só riram muito. “Ah, o neguinho vai molhar o biscoito”, disse um deles. Mais tranquilos, fomos bem devagar e correu tudo bem. Como sempre fui um piadista, não grande, mas inconsequente, o que faço depois de consumado o ato? Estava chovendo, a gente ficou ali, abraçadinho por algumas horas. Escutávamos Supertramp e seu It’s Raining Again. Aí a guria levanta para ir ao banheiro, eu pego o lençol, fico olhando aquela mancha vermelha. E quando ela retorna, eu abro bem o lençol, e narro, como se tivesse feito um gol: “Feito, feito...agora não tem mais dúvida! Bem vermelhinho!”. Batman, santa estupidez. A guria quis morrer de vergonha, chorou, e só não foi embora, porque era tarde e chovia muito lá fora. Mas depois, ela me perdoou pela criancice.
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