Guaibadas é uma homenagem a Porto Alegre e o rio/lago que o circunda, cidade em que se passa a maioria das histórias que vou contar aqui. Histórias que aconteceram comigo, com amigos e amigas, com conhecidos e desconhecidos. Alguns causos são hilários, outros apenas divertidos, muitos são tristes, outros não tem nada de especial, mas mesmo assim devem ganhar a luz do dia. Enfim, um olhar sobre o porto-alegrense e suas loucuras.
terça-feira, 21 de maio de 2013
“Coleção”
Há alguns anos atrás fui morar com uma namorada. Ciumenta ao extremo. Das minhas amigas, amigos, dos meus discos...ih...a lista era grande. Eu colecionava a revista Playboy desde o começo da adolescência, e não queria me desfazer delas de jeito nenhum. Tinha as edições da Xuxa, da Claudia Ohana, Luciana Vendramini, Lúcia Verissimo , as trigêmeas gaúchas, Mara Maravilha, , Vanusa Spindler, entre outras. Com fazer? Bem, no nosso apartamento havia um enorme roupeiro, e lá na parte mais alta, um fundo falso...feito. Coloquei as mais de 100 revistas naquele lugar, dentro de uma caixa, tapadas com um cobertor. E na frente de tudo, um monte de sacolas com camisas de futebol e de banda. Ficou muito bem camuflado. Mas não existe crime perfeito. Um domingo, invernão, frio tremendo, fui trabalhar e minha namorada ficou em casa, sem ter o que fazer. Ela então pensou, ao invés de ficar deitadinha na cama, vendo tevê ou lendo: “Ah, vou dar uma arrumada no roupeiro”. Para chegar na parte mais alta, pega o banquinho, e vê as sacolas, manda tudo pro chão e nota algo estranho. Era o fundo falso. Ela afasta a parede e enxerga aquela caixa enorme. Puxa e com o peso, vem tudo abaixo, quase a derrubando. As revistas se espalham pelo chão do quarto. Chego em casa lá pelas nove e meia da noite, abro a porta, pensando na minha esposinha com a jantinha pronta. E o que acontece? Lá está ela, sentada no sofá, e aos seus pés todas as Playboy empilhadinhas. “Chico Izidro, o que é isso?”, pergunta ela. “Ahhh, minhas revistas”. “Eu não sou o suficiente pra ti?”. “Mas claro que é”. “Então por que tu tem estas porcarias?”. “Nada a ver, é a minha coleção que tenho desde guri”. “Bom, tu tem 15 minutos pra se desfazer delas ou acabou tudo”. “Mas...”. “Sem mas...eu vou embora e nunca mais”, ameaça ela. Desço até a garagem, pego o carrinho, volto, coloco todas as revistas dentro, e levo pro lixo. Anos depois, estou na minha dentista, e ela conta que o marido estava de aniversário. E o que ela fez? Deu a assinatura da Playboy para ele. Eu conto meu caso. “Bah, tua mulher era muito insegura. Eu confio no meu taco, e o que é a revista? Fotos, nada mais. Tu deveria ter dito pra ela, quem chegou primeiro, ela ou as revistas? Teu casamento acabou e tu não tem mais a coleção. Perdeu de qualquer jeito!”...
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