Guaibadas é uma homenagem a Porto Alegre e o rio/lago que o circunda, cidade em que se passa a maioria das histórias que vou contar aqui. Histórias que aconteceram comigo, com amigos e amigas, com conhecidos e desconhecidos. Alguns causos são hilários, outros apenas divertidos, muitos são tristes, outros não tem nada de especial, mas mesmo assim devem ganhar a luz do dia. Enfim, um olhar sobre o porto-alegrense e suas loucuras.
sexta-feira, 10 de maio de 2013
"O Paraíso"
Sabe como é amigo do peito. Tem de ser para todas as horas. Há muitos anos atrás, um camarada e colega de serviço, casado, arranjou uma amante. Sem grana para pagar o motel, ele me pediu emprestado o meu apartamento para transar com ela. Não me neguei a emprestar meu cantinho. Como à época eu morava com uma namorada, tinha de achar uma maneira de tirar a guria de casa sem ela suspeitar. O jeito ela leva-la ao cinema, para que o meu amigo pudesse curtir umas duas horas de luxúrias. Feito.
No dia combinado, deixo a cópia da chave com ele, e levo minha namorada para o cinema, num filme beeemmmmm longo. Só peço que ele não deixe nada fora do lugar, troque os lençóis, e por favor, sem camisinhas na cesta do lixo ou qualquer lugar da casa. E sem batom em copos...Saio de casa com medo, apavorado. Imagina se minha guria encontrasse algo? O que eu diria? Bom, afinal de contas deu tudo certo.
À noite, quando chego no serviço, o meu amigo e devolve as chaves. “E como foi, tudo certinho?”, pergunto. “Tudo certo. Fodi muito a menina. Ela gozou feito uma louca”, me responde, sem me dizer o nome da vítima. Direito dele, sem problemas. Aí me dirijo para outro setor, e dou de cara com outra colega, sentadinha e pensativa. Um sorriso que chegava a irritar, olhos perdidos no infinito. “E aí guria, tu tá bem?”, pergunto. Ela me encara, e dispara: “Estou ótima, maravilhosa”, me diz. “Mas que alegria imensa, é por que hoje é sexta-feira?”, continuo. “Não, não, Chico, é que hoje conheci o paraíso”, esclarece ela. Piadista, não perco a deixa. “Ih, o paraíso fica na Campos Velho, nove, nove, nove, apartamento XXX”, brinco. A guria toma um susto, dá um pulo da cadeira...”Como tu sabe, como tu sabe?”, desabafa. “Eu moro lá”, revelo. Silêncio, silêncio por segundos, que pareceram horas. Até que ela se abre. “Então o M. te contou?”, fala a guria. “Olha, não, tu que te revelou”, digo. A guria, então, pede sigilo, afinal de contas ela também era casada. “Pode ficar tranquila, mas que está sendo engraçado, ah, está!”. Ainda é engraçado.
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