Guaibadas é uma homenagem a Porto Alegre e o rio/lago que o circunda, cidade em que se passa a maioria das histórias que vou contar aqui. Histórias que aconteceram comigo, com amigos e amigas, com conhecidos e desconhecidos. Alguns causos são hilários, outros apenas divertidos, muitos são tristes, outros não tem nada de especial, mas mesmo assim devem ganhar a luz do dia. Enfim, um olhar sobre o porto-alegrense e suas loucuras.
quinta-feira, 16 de maio de 2013
“O doido”
Recebo o convite para uma festa na casa de um vizinho, sábado à noite, na Cidade Baixa. Na época eu morava na João Alfredo, ali bem pertinho de onde hoje é o Ossip, e onde antigamente do lado de meu prédio ficava o Tudo Pelo Social. E lá vou eu para a festa. Toco a campainha e o anfitrião abre a porta, aperta a minha mão. “Entra aí, Chicão”. Entro e segundos depois, deparo com umas 15 pessoas sentadas em sofás, no chão, cheirando carreiras infinitas de cocaína, colocadas em pratos. “Fica à vontade, hoje é tudo free”, diz o dono do apartamento. Eu olho para ele, agradeço o convite e digo que estou indo embora. “Mas tu chegou agora”, estranha ele. “Cara, me desculpa, na boa, eu não sou chegado nesta parada. Sem problemas, cada um na sua, e esta não é a minha”, digo. O carinha fica me olhando, com os olhos arregalados, como se eu fosse um ser de outro planeta. “Claro que tu tá brincando, né?”, pergunta ele. “Não, sério, falo sério mesmo e estou indo”, confirmo. O cara continua fazendo uma cara de surpreso e analisa. ”Chico, eu pensei que tu seria o primeiro a curtir esta festa”, garante ele. “Mas por quê?”, me espanto. “Bah, Chicão, tu anda com estas camisas pretas, ouve estes rocks de doido, tá sempre rindo e falando...”, afirma. Oh, my god, eu fui vítima do estereótipo. “Puxa, meu velho, tu está tão errado sobre mim”, digo, colocando a mão no ombro dele e indo embora. Bem, não fora a primeira vez. Pra mãe da Márcia eu fumava um baseado. Ops, vários...
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