Guaibadas é uma homenagem a Porto Alegre e o rio/lago que o circunda, cidade em que se passa a maioria das histórias que vou contar aqui. Histórias que aconteceram comigo, com amigos e amigas, com conhecidos e desconhecidos. Alguns causos são hilários, outros apenas divertidos, muitos são tristes, outros não tem nada de especial, mas mesmo assim devem ganhar a luz do dia. Enfim, um olhar sobre o porto-alegrense e suas loucuras.
segunda-feira, 20 de maio de 2013
“Violão”
Amo música e sou um músico frustrado, por não saber tocar nenhum instrumento. Mas não foi por falta de tentativa. Aos seis anos, comecei a ter aulas de violão com o Antônio Carlos, filho do padrinho de minha mãe. O problema é que o cara não era nenhum pouco paciente com uma criança em tão tenra idade. As aulas eram aos sábados, no final de tarde, logo após o programa do Jacques Costeau na Difusora, Canal 10, atual Band. Ele começava a aula me jogando o violão no colo e querendo que eu já saísse tocando feito Jimmy Hendrix. Quando eu errava uma nota, levava um safanão. Criança, tímida, esboçava um choro, e levava outro safanão na orelha. Além disso, o Antônio Carlos insistia para que eu tocasse Vento Negro. Por quê? Por quê? Porque todo mundo que estudava música nos anos 1970 e 80 em Porto Alegre começava aprendendo esta música dos Almôndegas. Sei que um ano depois, sem nem conseguir me acertar com as cordas do violão, desisti das aulas. E em 1982, o Antônio Carlos, depressivo, irritadiço, meteu uma bala na cabeça numa noite de chuva.
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