quinta-feira, 30 de maio de 2013

“A mensagem”

Ih, estou aqui tomando um vinhozinho e ao levantar para ir ao banheiro, a tontura bateu. Aí recordo de uma vez, há muito tempo atrás. Era uma segunda-feira, chovia muito, e eu havia brigado com a então minha namorada Sandra. Não lembro o motivo. Para afogar as mágoas, fui bebendo um vinhozinho ótimo, e o resultado foi uma choradeira, conectada com o temporal lá fora. Precisava conversar com alguém para desabafar...ao levantar da poltrona, a tontura tomou conta de meu corpo. Desabei direto no chão, completamente alcoolizado. Apaguei por alguns segundos, minutos, não sei...mas acordando, vi o telefone e liguei pra Fabi Madeira...mas passava da uma da manhã, e a ligação caiu na secretária eletrônica. Sem problema. Sai conversando, e na minha mente, explicando o que havia acontecido, o que faria no dia seguinte para fazer as pazes com a Sandra. Ih, a ligação, para mim, durou horas. Até que apaguei por completo. Acordo novamente lá pelas cinco da manhã...No dia seguinte, já sóbrio, chego na redação, e vou conversar com a Fabi. “Guria, te liguei ontem à noite. Pô, te deixei uma mensagem no celular, já que ele estava desligado”. “Negão, que horas tu me ligou?”. “Ah, sei lá, uma da manhã”. “Bah, estava dormindo há muito”. “Mas te deixei uma mensagem”. “Juro que não vi”, diz a Fabi, pegando o celular, à época aqueles jurássicos, tijolões. “Tem aqui uma mensagem”, verifica. A Fabi, então põe para rodar a mensagem. Ah, iriamos escutar minha conversa solitária. “Fabi, blsaibaEBVS´9vb ws´9VBW´VBWUIPVBAibvaicb pic ai bciB Cpifb qpidb ICBI ciABCIbciQVRGQ987TGRU9x By80RG9gd80qbd9FGq9cgbOG”, é a mensagem registrada no celular. É uma conversa desconexa, língua enrolada, entrecortada com choros, e que dura apenas um minuto e meio, o tempo que a secretária eletrônica reservava às mensagens. Meu deus, que fiasqueira.

Nenhum comentário:

Postar um comentário