quarta-feira, 1 de maio de 2013

Pega na Ipiranga

Eu na carona do fusquinha do Gilson, fotógrafo que trabalhava comigo na assessoria de imprensa da prefeitura de Viamão. Saímos do serviço no começo de noite de sexta-feira e, porras loucas, vamos pra Ipiranga, participar de pegas com outros doidos suicidas. E ninguém usava cinto de segurança. Coisas inexplicáveis, como sobrevivemos a tais loucuras? A gente ficava num posto bebendo, esperando o trânsito acalmar, lá pela meia-noite, e iniciávamos as corridas. Pois numa delas para do nosso lado um outro carro, que eu como total ignorante para isto, não sei qual era. Do lado do motorista, uma gata linda, loirinha, seus 17 anos, olhos azuis. Eu e o Gilson ficamos babando, e começa a corrida. E a gente chega antes ali um pouco depois da PUC. E o Gilson olha pro cara do carro perdedor, e solta a brincadeira: “Ô Mané, tu perdeu a corrida, a gata vem agora com a gente”, diz. O cara dá um sorrisinho cínico e um segundo depois, surge na mão dele um 38. “Como é magrão, tu quer levar minha guria? Vai levar chumbo junto“, apontando o revólver pra nossa cara. Nunca vi alguém acelerar tão rápido quanto o Gilson, eu quase voei parabrisa à frente. Ali acabava minha carreira de copiloto de fusca em pegas na Ipiranga.

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