sexta-feira, 10 de maio de 2013

“Roqueiro”

Outro dia me perguntaram se sempre gostei de Rock’n’roll. A resposta foi direta, sempre. Desde que comecei a me interessar por música, este ritmo foi o preferido. Piá, recordo que sofria quando meus vizinhos escutavam disco music. Eu ficava ouvindo aquele som vindo das casas vizinhas, e pensava: Como podem escutar isso? Já meu pai gostava de bandinhas alemãs, sério!, polcas, e a mãe, antes de virar evangélica, curtia boleros, samba, frevo. Nada daquilo me tocava. Eu ainda não havia descoberto rock. Ficava colocando os discos de meus pais para tocar na vitrolinha, e nada. Um dia ganhei um compacto, aquele disquinho que tinha só duas músicas, de um cantor americano chamado Luther Vandross, que fazia música estilo Motown. Nada. Então um dia estou assistindo o Fantástico com meu pai, quando o apresentador anuncia um tal de Rolling Stones. E aparece o Mick Jagger na tela, se retorcendo todo, fazendo beiço pras câmeras, Keith Richards rindo pro Ron Wood, enquanto que na cozinha o Charlie Watts, numa calma tocando a bateria, e o baixista Bill Wyman, com cara de tédio... Putz, me arrepiei todo, e ali eu encontrava o som que procurava. Meus olhinhos vibraram. Achei, achei. Levantei para aumentar o som da tevê – sim, em 1978 não havia controle remoto, sob protestos de meu pai. “Um bando de viciados, maconheiros”, reclamou. Mas era rock’n’roll. Depois dos Stones, vieram Pink Floyd, Iron Maiden, Van Halen, Black Sabbath e meu mundo nunca mais foi o mesmo, e passei anos, aliás, ainda hoje vem gente me incomodar por eu gostar de rock. Tou me lixando.

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